domingo, 17 de novembro de 2013

O "direito" à gratuidade e a injustiça da tributação


O "direito" à gratuidade e a injustiça da tributação

by Thomas Woodsmises.org.br
June 14th 2012
 
"Defender o direito à educação gratuita ou à saúde gratuita ou à cultura gratuita é similar a defender a escravidão parcial".
Experimente dizer publicamente a frase acima. Chega a ser inimaginável o que os progressistas politicamente corretos, esses seres tão dóceis e preocupados com o bem-estar da humanidade, farão com você.
Realmente, quem seria tão insensível a ponto de pensar assim? Quem negaria a oferta gratuita de bens e serviços aos seus semelhantes? Quem seria tão imoral a esse ponto? Afinal, é maravilhoso ser coagido e expropriado. Você nasceu para ser dominado e governado por seus soberanos democraticamente eleitos. A eles você deve aquiescência e reverência.
Os mais benevolentes e pacíficos podem retrucar: "Ah, mas se não utilizarmos a força e a ameaça de violência contra algumas pessoas, se não pegarmos um pouquinho do dinheiro delas, os pobres viverão em um terrível estado de privação e desamparo, sem educação e saúde."
Curiosamente, utilizar o dinheiro próprio para doações, ou simplesmente instituir programas caridosos voluntários, ou até mesmo defender o trabalho de igrejas é algo que aparentemente nunca passa pela cabeça dessas pessoas, ocupadas demais que elas estão sendo consumidas pela inveja e arquitetando maneiras de tomar o dinheiro dos ricos.
Porém, esse é um assunto para outro artigo. O que quero aqui é apenas lidar com o princípio que fundamenta toda essa situação. Especificamente, gostaria de elaborar dois pontos: um sobre direitos e outro sobre tributação da renda.
De onde vêm os direitos
Primeiro, se quisermos avaliar se um determinado direito, um suposto direito, é de fato um direito genuinamente válido — isto é, um direito natural, um direito que todos nós como seres humanos usufruímos pela simples virtude de sermos humanos —, então é necessário fazermos um teste crítico e logicamente irrefutável, qual seja: todos nós temos de ser capazes de usufruir esse mesmo direito, ao mesmo tempo e da mesma maneira.
Apenas assim esse direito pode ser natural. A obviedade dessa afirmação vem do fato de que, para um direito ser natural, seu usufruto não pode levar a nenhum conflito ou a nenhuma contradição lógica.
Por exemplo, suponha que você esteja em uma ilha deserta com uma outra pessoa. Apenas vocês dois estão nessa ilha deserta. Não há nenhuma dificuldade lógica em imaginar, por exemplo, que ambos podem usufruir separadamente, ao mesmo tempo e à mesma maneira, seu direito à vida. Da mesma forma, não há nenhuma dificuldade lógica em imaginar que ambos podem simultaneamente usufruir seus direitos de propriedade privada. Por exemplo, você pode ter seu iPod e manejá-lo como quiser, e a outra pessoa pode ter uma cesta de maçãs e fazer o que quiser com ela.
Não há nenhum conflito lógico nesse arranjo, e não há nenhuma dificuldade em entender por que ele funciona.
Agora, suponha que vocês dois, um belo dia, determinam que ambos têm direito a uma Ferrari. Pergunta: como esse direito será impingido? Quem o cumprirá e quem o fará ser cumprido? Você, por exemplo, como conseguirá sua Ferrari? A única maneira de você conseguir sua Ferrari é exigindo que a outra pessoa fabrique uma para você. Da mesma forma, a única maneira de a outra pessoa conseguir uma Ferrari é obrigando você a construir uma para ele.
Imediatamente, já é possível ficarmos um tanto céticos quanto ao fato de isso realmente ser um direito natural. Na verdade, o que ocorrerá é que vocês dois ficarão infrutiferamente apenas latindo ordens um para o outro.
Entretanto, caso vocês dois realmente tentassem impor e fazer cumprir esse direito, imediatamente veriam que se trata de um direito que ambos não podem usufruir igualmente, ao mesmo tempo e da mesma maneira. Afinal, para você conseguir exercer o seu direito a uma Ferrari, você teria de obrigar a outra pessoa a incorrer em trabalho físico contra a vontade dela; da mesma maneira, essa outra pessoa teria de obrigar você a incorrer em trabalho físico para fabricar a Ferrari dele, contra a sua vontade.
Isso obviamente não pode ser um direito natural, um direito inerente a todos os seres humanos. Tal direito não é uma parte natural e integral à condição humana.
Embora o exemplo acima seja aparentemente simplista, não é necessário nenhum malabarismo lógico para entender que ele se aplica a qualquer bem e serviço de uma economia, seja saúde, educação, segurança, alimentação, judiciário, eletricidade, cultura etc.
O que nos leva ao segundo ponto.
A injustiça da tributação da renda
Robert Nozick, o grande filósofo de Harvard, ao comentar sobre a tributação da renda, disse que essa nada mais era do que uma 'forma direta de trabalho forçado'. Com efeito, qual a diferença entre você confiscar os frutos de cinco meses de trabalho de uma pessoa ou simplesmente tomar cinco meses da vida dessa pessoa? Isso tem apenas um nome: trabalho forçado.
Por favor, esqueça toda a propaganda governamental que diz que você está apenas fazendo uma "contribuição". Esqueça toda a lavagem cerebral que você sofreu na escola. Já passou a época em que tínhamos doze anos de idade. Apenas sejamos francos e diretos, e vamos simplesmente chamar a coisa pelo seu nome verdadeiro: trabalho forçado.
Para ilustrar esse ponto mais incisivamente, Nozick criou aquilo que ele viria a chamar de O Conto do Escravo[*]. Nesse conto, Nozick convida o leitor a se imaginar como sendo o escravo da história. A história é bem curta e se desenvolve ao longo de 9 estágios, que vão desde a escravidão clássica até a democracia moderna.
Primeiro estágio: Você é um escravo submisso a um mestre brutal que lhe obriga a trabalhar para ele, sem horas de descanso. Você apanha frequente e arbitrariamente.
Segundo estágio: O mestre relaxa um pouco e passa a lhe surrar somente quando você quebra as regras. Ele até lhe concede algum tempo de descanso.
Terceiro estágio: Você agora é parte de um grupo de 10.000 escravos igualmente sujeitos a esse mestre. Ele decide, de acordo com seus princípios, como irá repartir entre vocês parte dos bens que vocês próprios produziram.
Quarto estágio: O mestre, agora mais brando, exige que você e seus companheiros escravos trabalhem apenas três dias por semana, concedendo os quatro dias restantes de folga.
Quinto estágio: O mestre agora permite que você trabalhe onde você quiser, mas há uma condição: você tem de entregar para ele 3/7 do seu salário, o que corresponde aos três dias de trabalho por semana que você era obrigado a efetuar na terra dele. Além disso, ele retém o direito de convocar você para servi-lo sempre que ele quiser, e continua com o poder de aumentar arbitrariamente a fatia do seu salário que ele pode confiscar.
Sexto estágio: O mestre concede a todos os seus 10.000 escravos, exceto você, o direito de votar. Eles agora têm o poder de decidir entre eles o que você pode fazer e o que você não pode fazer. Eles também ganham o poder de determinar qual porção do seu salário será confiscado e onde esse dinheiro será gasto.
Sétimo estágio: Você ainda não tem o direito de votar, mas agora tem a permissão de tentar influenciar aqueles 10.000 que podem. Você pode tentar persuadi-los a exercer seus poderes de determinada maneira.
Oitavo estágio: Os 10.000 concedem a você o direito de votar, mas apenas caso haja um impasse na votação. Você escreve o seu voto e, apenas caso haja um empate na eleição, o seu voto é considerado como critério desempate. Nenhum empate jamais ocorreu.
Nono estágio: Você finalmente adquire o direito irrestrito de votar. Porém, em termos práticos, isso significa apenas que, assim como no oitavo estágio, o seu voto realmente valerá apenas caso haja algum empate. Mas nunca houve um empate.
A pergunta a ser feita é: em que momento, entre o primeiro e o nono estágio, essa história deixou de ser o conto de um escravo? Em que momento você, o escravo, realmente tornou-se livre?
Você vive hoje no nono estágio. Você saberia dizer em qual estágio você genuinamente deixou de ser um escravo?
Esse é o tipo de pergunta enlouquecedora capaz de fazer qualquer um repensar tudo aquilo que ele sempre foi ensinado sobre tributação, sociedade e governo. É o tipo de pergunta que, no mínimo, torna alguém bastante cético quanto a qualquer propaganda governamental que ele venha a ouvir dali em diante.
E é justamente por isso que essa pergunta jamais é feita.
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Nota
[*] Robert Nozick, Anarchy, State, and Utopia (New York: Basic Books, 1974), 290-92

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Quando Marx refutou Keynes e os atuais marxistas por Leandro Roque




Este texto que passo a transcrever, é de Leandro Roque, publicado no blog do Instituto Ludwig von Mises Brasil. Vale a pena perder um pouco de tempo a lê-lo, em especial os defensores do Estado.

Marxistas, social-democratas e demais defensores do intervencionismo estatal sempre afirmaram que determinados setores da economia — principalmente saúde, educação e segurança, mas também o setor elétrico e de telecomunicações — não podem ficar por conta do livre mercado e da livre concorrência porque a ganância e a busca pelo lucro não apenas são incompatíveis com tais setores, como também levariam a preços absurdamente caros, o que prejudicaria principalmente os mais pobres.
Já os economistas seguidores da Escola Austríaca sempre afirmaram categoricamente que é justamente a busca pelo lucro em um ambiente sem protecionismos, sem privilégios, sem agências reguladoras e sem subsídios o que gera serviços da alta qualidade e preços baixos.
E a explicação é simples: como empresários, no geral, não gostam de concorrência, eles sempre se mostram ávidos por fazer lobby e utilizar o poder estatal em seu próprio interesse com o intuito de banir a concorrência e solidificar sua posição de domínio.  Eles conseguem isso por meio de tarifas protecionistas, subsídios e agências reguladoras que cartelizam o mercado e impedem a entrada de concorrentes.
Já o livre mercado, arranjo em que não há protecionismo, subsídio e agências reguladoras, é um sistema em que são os consumidores que controlam os empresários.  No livre mercado, as empresas não têm opção: ou elas servem o consumidor de maneira eficaz ou elas fecham as portas.  E servir o consumidor de maneira eficaz significa estar sempre ofertando bens e serviços de qualidade crescente a preços cada vez menores.
É justamente o governo — com seus subsídios, privilégios especiais (como tarifas protecionistas e execução de obras públicas com empreiteiras privadas) e restrições à concorrência (por meio de agências reguladoras e exigências burocráticas) — quem promove monopólios e oligopólios, e consequentemente preços altos e serviços de baixa qualidade.  Sendo assim, se você quiser serviços de qualidade a preços cada vez menores, você tem de defender o livre mercado.
Sabe quem concorda com tudo isso?  Ninguém menos que Karl Marx.  Não deixa de ser curioso constatar que Marx entendeu perfeitamente essa realidade.  Mais ainda: ele foi explícito em demonstrar isso.  No quesito "efeitos benéficos da livre concorrência", Marx concorda com os austríacos e discorda de todos os atuais marxistas e demais intervencionistas.  Veja o que ele escreveu logo nas páginas iniciais do Manifesto Comunista:
A burguesia, pelo rápido melhoramento de todos os instrumentos de produção, pelas comunicações infinitamente facilitadas, arrasta todas as nações, mesmo as mais bárbaras, para a civilização. Os preços baratos das suas mercadorias são a artilharia pesada com que deita por terra todas as muralhas da China, com que força à capitulação o mais obstinado ódio dos bárbaros ao estrangeiro, com que compele todas as nações a apropriarem o modo de produção da burguesia, se não quiserem arruinar-se; compele-as a introduzirem no seu seio a chamada civilização, i. e., a tornarem-se burguesas. Numa palavra, ela cria para si um mundo à sua própria imagem.
Em suma: além de creditar à burguesia e aos seus instrumentos de produção — isto é, ao sistema de lucros e prejuízos — a façanha de retirar nações da barbárie e levá-las à civilização, Marx afirma categoricamente que o modo de produção burguês — que nada mais é do que a busca pelo lucro — gera mercadorias a preços baratos.  E não apenas isso: ele afirma que o sistema de lucros e prejuízos compele todas as nações a adotarem este modo de produção, sob pena de se arruinarem por completo caso não o façam.
Ou seja, o real problema dos atuais marxistas e demais intervencionistas que se dizem contrários a serviços de saúde, educação, segurança, energia e telecomunicações serem ofertados em um ambiente de livre concorrência, pois seriam caros e inacessíveis para os pobres, é que eles certamente não leram Marx.  Se leram, não entenderam.  Marx entendeu perfeitamente que a busca pelo lucro sob um arranjo de livre concorrência leva ao barateamento dos produtos e serviços, e que tal barateamento é "a artilharia pesada com que [o sistema de lucros] ... compele todas as nações a apropriarem o modo de produção da burguesia [e se tornarem civilizadas], se não quiserem arruinar-se."
Ao contrário dos marxistas atuais que defendem a estatização de vários serviços sob o argumento de que isso reduziria seus preços, Marx entendeu que é a busca pelo lucro o que realmente derruba os preços, e não a estatização destes serviços.
Como se não bastasse, Marx também disparou um petardo contra keynesianos defensores de estímulos fiscais e de políticas de endividamento estatal.  Marx zombou o keynesianismo antes mesmo de este sistema ter sido criado — algo possível porque não havia absolutamente nada de original nas ideias de Keynes.
Eis o que escreveu Marx em O Capital, capítulo 24, seção 6, "A Gênese do Capitalista Industrial":
A única parte da chamada riqueza nacional que realmente está na posse coletiva dos povos modernos é a sua dívida pública.  Daí ... a doutrina moderna de que um povo se torna tanto mais rico quanto mais profundamente se endividar.  A dívida pública torna-se o credo do capital.  E, com o surgir do endividamento do Estado, vai para o lugar dos pecados contra o Espírito Santo — para os quais não há qualquer perdão — o perjúrio contra a dívida do Estado.
Como com o toque da varinha mágica, [a dívida pública] reveste o dinheiro improdutivo de poder procriador e transforma-o assim em capital.  ... [Mas] a moderna política fiscal... traz em si própria o germe da progressão automática. A sobretaxação não é um acidente, mas sim um princípio.
Conclusão
Eis, portanto, as duas crenças que um genuíno seguidor de Karl Marx deve apresentar: a busca pelo lucro em um ambiente de livre mercado gera redução de preços, e políticas fiscais keynesianas, além de serem um método de escravização, fazem com que dinheiro improdutivo seja ilusoriamente visto como capital gerador de riqueza.  Mais ainda: segundo Marx, criticar o endividamento do estado passou a ser visto pelos defensores da gastança estatal como um ato equivalente a uma blasfêmia contra o Espírito Santo.
Logo, se você é um marxista defensor dos pobres e quer que eles tenham acesso a bens e serviços de qualidade a preços baixos, você tem de defender o livre mercado.  Se você defende que o povo tenha poder sobre as empresas, você tem de defender o livre mercado.  E se você é contra a escravização do povo pelas elites financeiras, você tem de defender que os gastos do governo sejam restringidos ao máximo. 
Agora, se você defende que o governo regule o mercado e gaste demasiadamente, você estará defendendo os interesses das grandes empresas e das elites financeiras, e estará defendendo que elas tenham privilégios sobre os pobres e que elas os oprimam com a abolição da concorrência, com preços altos e com serviços precários.
Palavras de Marx.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O comunismo revolucionário... que não nos deixa...



Sobre a vontade da CGTP fazer uma Manif em plena ponte 25 de Abril, recordei logo um texto de Luiz Felipe Pondé, um dos muitos politicamente incorrectos, sobre a esquerda revolucionária. Passo a transcrever o texto:


"

LUIZ FELIPE PONDÉ
A mulher, o bebê e o intelectual
As pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários
Os comunistas mataram muito mais gente no século 20 do que o nazismo, o que é óbvio para qualquer pessoa minimamente alfabetizada em história contemporânea.
Disse isso recentemente num programa de televisão. Alguns telespectadores indignados (hoje em dia ficar indignado facilmente é quase índice de mau-caratismo) se revoltaram contra o que eu disse.
Claro, a maior parte dos intelectuais de esquerda mente sobre isso para continuar sua pregação evangélica (no mau sentido) e fazer a cabeça dos coitados dos alunos. Junto com eles, também estão os partidos políticos como os que se aproveitam, por exemplo, do caso Pinheirinho para "armar" a população.
O desespero da esquerda no Brasil se dá pelo fato de que, depois da melhoria econômica do país, fica ainda mais claro que as pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários. Bandido bom é bandido preso. A esquerda torce para o mundo dar errado e assim poder exercer seu terror de sempre.
Mas voltemos ao fato histórico sobre o qual os intelectuais de esquerda mentem: os comunistas (Stálin, Lênin, Trótski, Mao Tse-tung, Pol Pot e caterva) mataram mais do que Hitler e em nome das mesmas coisas que nossos intelectuais/políticos radicais de esquerda hoje pregam.
Caro leitor, peço licença para pedir a você que leia com atenção o trecho abaixo e depois explico o que é. Peço principalmente para as meninas que respirem fundo.
"(...) um novo interrogador, um que eu não tinha visto antes, descia a alameda das árvores segurando uma faca longa e afiada. Eu não conseguia ouvir suas palavras, mas ele falava com uma mulher grávida e ela respondia pra ele. O que aconteceu em seguida me dá náuseas só em pensar. (...): Ele tira as roupas dela, abre seu estômago, e arranca o bebê. Eu fugi, mas era impossível escapar do som de sua agonia, os gritos que lentamente deram lugar a gemidos e depois caíram no piedoso silêncio da morte. O assassino passou por mim calmamente segurando o feto pelo pescoço. Quando ele chegou à prisão, (...), amarrou um cordão ao redor do feto e o pendurou junto com outros, que estavam secos e negros e encolhidos."
Este trecho é citado pelo psiquiatra inglês Theodore Dalrymple em seu livro "Anything Goes - The Death of Honesty", Londres, Monday Books, 2011. Trata-se de um relato contido na coletânea organizada pelo "scholar" Paul Hollander, "From Gulag to the Killing Fields", que trata dos massacres cometidos pela esquerda na União Soviética, Leste Europeu, China, Vietnã, Camboja (este relato citado está na parte dedicada a este país), Cuba e Etiópia.
Dalrymple devia ser leitura obrigatória para todo mundo que tem um professor ou segue um guru de esquerda que fala como o mundo é mau e que devemos transformá-lo a todo custo. Ou que a sociedade devia ser "gerida" por filósofos e cientistas sociais.
Pol Pot, o assassino de esquerda e líder responsável por este interrogador descrito no trecho ao lado, estudou na França com filósofos e cientistas sociais (que fizeram sua cabeça) antes de fazer sua revolução, e provavelmente tinha como professor um desses intelectuais (do tipo Alain Badiou e Slavoj Zizek) que tomam vinho chique num ambiente burguês seguro, mas que falam para seus alunos e seguidores que devem "mudar o mundo".
De início, se mostram amantes da "democracia e da liberdade", mas logo, quando podem, revelam que sua democracia ("real", como dizem) não passa de matar quem não concorda com eles ou destruir toda oposição a sua utopia. O século 20 é a prova cabal deste fato.
Escondem isso dos jovens a fim de não ter que enfrentar sua ascendência histórica criminosa, como qualquer idiota nazista careca racista tem que enfrentar seu parentesco com Auschwitz.
Proponho uma "comissão da verdade" para todas as escolas e universidades (trata-se apenas de uma ironia de minha parte), onde se mente dizendo que Stálin foi um louco raro na horda de revolucionários da esquerda no século 20. Não, ele foi a regra.
Com a crise do euro e a Primavera Árabe, o "coro das utopias" está de volta."


Gostava de relembrar aos mais ignorantes que de facto a diferença, por exemplo, entre fazer uma Maratona ou uma Manif na Ponte, é que todas as pessoas que atravessam a Ponte numa Maratona tem seguro e todos os Manifestantes não. Agora deixo a questão, e se acontece alguma coisa, quem paga? Quem paga uma ou outra mazela, impossível de se controlar, que possam fazer na Ponte, que é património publico? E se acontece algum acidente, quem é responsável pelos danos?
A maior critica que faço está dividida em três partes:
1. O ministro da Administração Interna, que tem de ser peremptório contra todas as criticas e possíveis ideias idiotas de falta de liberdade. O parecer de segurança é que não se deve fazer, logo não se realiza. Não deve haver o temer de supostas ideias de controle governamental dos pareceres, é ponto de ordem que a segurança deve estar acima de tudo.
2. Toda a idiotice da CGTP que já não sabe o que fazer perante o despertar das pessoas para a gravidade em que o país está. As pessoas estão a perceber que as más gestões políticas, grosso delas feitas perante uma esquerda em maioria parlamentar, que esteve em poder na grande parte do tempo desde o 25 de Abril , nos levou até onde estamos. Trouxe-nos até este estado. O possível fim do SNS começa com a esquerda, a bancarrota da Segurança Social começa com a esquerda, o respectivo descontrole do Estado Social começa com a esquerda, e até os vícios descontrolados do funcionalismo publico e gastos desmesurados das empresas publicas começaram com a esquerda. Temos um mau governo, actualmente, e muitos erros cometeu a direita ao longo destes anos... por isso é que temos de repensar os ideais, as ideologias, as formas de ver o Estado, a própria Constituição... Porra, quem é que ela defende mais? O português mais comum? Não creio, basta abrir os olhos.
3. A esquerda revolucionária que não nos deixa viver em frente. Prende-nos nesta mescla de falsas promessas de que o povo jamais será vencido, iludindo com frases de chorar calçadas, com aproveitamento hipócrita da pobreza, com a falsidade de um futuro baseado num Estado Social falido e mergulhado num lamaçal de dividas. A mentira tem de terminar.
A desonestidade intelectual não tem lugar, não é de direita ou de esquerda, não tem morada certa... mas esta esquerda revolucionária, que pensa que vivemos o PREC para sempre parece um vírus multiplicador de estupidez, que continua a tapar o sol com a peneira da utopia idiota de que não devemos nada a ninguém, todos nos devem a nós. Tudo é um direito e nada é um dever.
Mas acho que tudo pode mudar... basta Acordar!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Carta de aluno sobre o Marxismo

Aproveito para reproduzir uma carta de um aluno brasileiro, que me foi enviada por um dos seguidores e amigos deste blog, mais um politicamente incorrecto. A ele, obrigado, ao aluno, obrigado também, da minha parte.




Aluno se nega a fazer trabalho sobre Marx


O estudante João Victor Gasparino cansou da doutrinação marxista nas universidades e se rebelou, recusando-se a escrever um trabalho sobre o autor comunista. Escreveu para o professor dele uma carta-manifesto, que segue abaixo:
Caro professor,
Como o senhor deve saber, eu repudio o filósofo Karl Marx e tudo o que ele representa e representou na história da humanidade, sendo um profundo exercício de resistência estomacal falar ou ouvir sobre ele por mais de meia hora. Aproveito através deste trabalho, não para seguir as questões que o senhor estipulou para a turma, mas para expor de forma livre minha crítica ao marxismo, e suas ramificações e influências mundo afora. Quero começar falando sobre a pressão psicológica que é, para uma pessoa defensora dos ideais liberais e democráticos, ter que falar sobre o teórico em questão de uma forma imparcial, sem fazer justiça com as próprias palavras.
Me é uma pressão terrível, escrever sobre Marx e sua ideologia nefasta, enquanto em nosso país o marxismo cultural, de Antonio Gramsci, encontra seu estágio mais avançado no mundo ocidental, vendo a cada dia, um governo comunista e autoritário rasgar a Constituição e destruir a democracia, sendo que foram estes os meios que chegaram ao poder, e até hoje se declararem como defensores supremos dos mesmos ideais, no Brasil. Outros reflexos disso, a criminalidade descontrolada, a epidemia das drogas cujo consumo só cresce (São aliados das FARCs), a crise de valores morais, destruição do belo como alicerce da arte (funk e outras coisas), desrespeito aos mais velhos, etc.
Tudo isso sintomas da revolução gramscista em curso no Brasil. A revolução leninista está para o estupro, assim como a gramscista está para a sedução, ou seja, se no passado o comunismo chegou ao poder através de uma revolução armada, hoje ele buscar chegar por dentro da sociedade, moldando os cidadãos para pensarem como socialistas, e assim tomar o poder. Fazem isso através da educação, o velho e ‘’bom’’ Paulo Freire, que chamam de ‘’educação libertadora’’ ou ‘’pedagogia do oprimido’’, aplicando ao ensino, desde o infantil, a questão da luta de classes, sendo assim os brasileiros sofrem lavagem cerebral marxista desde os primeiros anos de vida. Em nosso país, os meios culturais, acadêmicos, midiáticos e artísticos são monopolizados pela esquerda a meio século, na universidade é quase uma luta pela sobrevivência ser de direita.
Agora gostaria de falar sobre as consequências físicas da ideologia marxista no mundo, as nações que sofreram sob regimes comunistas, todos eles genocidas, que apenas trouxeram miséria e morte para os seus povos. O professor já sabe do ocorrido em países como URSS, China, Coréia do Norte, Romênia e Cuba, dentre outros, mas gostaria de falar sobre um caso específico, o Camboja, que tive o prazer de visitar em 2010. Esta pequena nação do Sudeste Asiático talvez tenha testemunhado o maior terror que os psicopatas comunistas já foram capazes de infligir sobre a humanidade, primeiro esvaziaram os centros urbanos e transferiram toda a população para as zonas rurais.
As estatísticas apontam para uma porcentagem de entre 21% a 25% da população morta por fome, doenças, cansaço, maus-tratos, desidratação e assassinadas compulsoriamente em campos de concentração no interior. Crianças também não escaparam, separadas dos pais, foram treinadas para serem ‘’vigias da Revolução’’, denunciando os próprios familiares, quando estes cometiam ‘’crimes contra a Revolução’’. Quais eram os crimes? Desde roubar uma saca de arroz para não morrer de fome, ou um pouco de água potável, até o fato de ser alfabetizado, ou usar óculos, suposto sinal de uma instrução elevada. Os castigos e formas de extermínio, mais uma vez preciso de uma resistência estomacal, incluíam lançar bebês recém-nascidos para o alto, e apanhá-los no ar, utilizando a baioneta do rifle, sim, isso mesmo, a baioneta contra um recém-nascido indefeso.
Bem, com isto, acho que meu manifesto é suficiente, para expor meu repúdio ao simples citar de Marx e tudo o que ele representa. Diante de um mundo, e particularmente o Brasil, em que comunistas são ovacionados como os verdadeiros defensores dos pobres e da liberdade, me sinto obrigado a me manifestar dessa maneira, pois ele está aí ainda, assombrando este mundo sofrido.
Para concluir gostaria de citar o decálogo de Lenin:
1. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;
2. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação em massa;
3. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;
4. Destrua a confiança do povo em seus líderes;
5. Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo
6. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no Exterior e provoque o pânico e o desassossego na população;
7. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País;
8. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam;
9. Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes, nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa;
10. Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa.
Obrigado, caro professor, pela compreensão.
João Victor Gasparino da Silva.
Nota: João Victor Gasparino da Silva é estudante do curso de Relações Internacionais da Universidade do Vale do Itajaí (Univali)
O decálogo de Lênin, ainda que soe verdadeiro para quem conhece o leninismo, é falso até onde sei. O que não tira o mérito do manifesto. Sim, o aluno deveria fazer o trabalho, SE a avaliação fosse imparcial. Eis o problema: estamos cansados de conhecer casos em que o professor prejudicou o aluno não por erros ou má qualidade do texto, e sim pelo viés ideológico distinto. Quantos não conhecem pessoas que tiveram que elogiar ou parecer neutros em relação a essa corja comunista só para não repetir de ano? Pois é…

domingo, 29 de setembro de 2013

"A Mediocridade anda em bando, e a Democracia ama os Medíocres"




"A democracia é um regime que vive entre dois valores essenciais: liberdade e igualdade, segundo Tocqueville. E esse convívio não é fácil. Entre os dois, habita o que eu chamo de sensibilidade democrática, um conjunto de características que vão além do mero debate acerca das instituições democráticas, como poderes públicos, partidos, eleições, plesbicitos etc.
Não se trata de falar mal da democracia, ela é o regime político “menos ruim”. Até onde os especialistas podem falar, precisamos viver em grupos para sobreviver, mas para isso fazemos concessões ao grupo em troca de alguma segurança. Nesse sentido sou hobbesiano: o homem é o lobo do homem e o estado da natureza (grosso modo, a maneira pré-político de vida, uma espécie de vida em bando do neolítico) devia ser bem péssimo.
Por isso precisamos de organização e poder. Dentro desse quadro de ausência de opção de vida sem Estado político, a democracia é o menos pior porque procura institucionalizar as tensões da vida em grupo, distribuindo os poderes de modo menos concentrado.
A tentativa de definir a democracia “como regime de direitos” é ridícula porque não existem direitos sem deveres, por isso a idéia de que os piolhos ou frangos tenham direitos começa a aparecer quando separamos direitos de sua contrapartida anterior, os deveres. A praga PC (politicamente correto) costuma fazer essa separação por motivos de marketing e ignorância filosófica.
Mas, independente de a democracia ser nossa melhor opção, há problemas nela, claro. Como dizia Tocqueville, a democracia tem impactos específicos nos humores, temperamentos, hábitos e costumes. O que chamo de sensibilidade democrática é parte desses impactos.
Uma coisa que salta aos olhos é a tentativa de chamar qualquer um que critique a democracia de antidemocrático. A sensibilidade democrática é “dolorida”, qualquer coisa ela grita. Mas não me engano com ela: esse “grito” nada mais é do que a tentativa de impedir críticas que reduzem a vocação também tirânica que a democracia tem como regime “do povo”.
O “povo” é sempre opressor, Rosseau e Marx são dois mentirosos. Mesmo na Bíblia, quando os profetas de Israel criticavam os poderosos, também criticavam os poderosos, também criticavam o “povo”, que nunca foi herói de nada. Aliás, o risco da tirania do “povo”! já tinha sido apontado pelo próprio Tocqueville. As duas formas mais evidentes de tirania são a da maioria e a do dinheiro (criador de uma “aristocracia do dinheiro” em lugar de sangue).
Para evitar esse risco tirânico, precisamos cuidar dos mecanismos de “pesos e contrapesos” da democracia (suas instituições em conflito, mídia, instâncias de razão pública, como escolas, universidades, a própria mídia, tribunais, etc.) e combater a tendência de reduzir a democracia a um regime da “vontade popular” ou um regime “do povo”. O povo é sempre opressor. Quando aparece politicamente, é para quebrar coisas.
O povo adere fácil e descaradamente (como aderiu nos séculos 19 e 20) a toda forma de totalitarismo. Se der comida, casa e hospital, o povo faz qualquer coisa que você pedir. Confiar nos bons modos de um leão à mesa. Só mentirosos e ignorantes tem orgasmos políticos com o “povo”.
Mas, voltando a liberdade x igualdade, principal tensão na democracia: segundo Tocqueville, não há como evitar essa tensão porque ambas são valores de raiz da democracia. Quando você dá mais espaço para a liberdade, a tendência é que a democracia acentue as diferenças entre as pessoas e os grupos que nela vivem. Mas a liberdade é a chave da capacidade criativa e empreendedora do homem.
Quando você acentua a igualdade, a democracia ganha em nivelamento e perde em criatividade e geração de abundância para as pessoas. O politicamente correto é um caso clássico de censura à liberdade de pensamento, por isso, sob ele, o pensamento público fica pobre e repetitivo, por isso medíocre e covarde.
Quando se acentua a igualdade na democracia, amplia-se a mediocridade, porque os covardes temem a liberdade. Por exemplo, os regimes marxistas, assim como os fascistas de direita (os marxistas são os fascistas de esquerda), reduziram o pensamento e a vida das pessoas ao nível de um formigueiro. Mas a sensibilidade democrática sofre quando se aponta a relação entre culto da igualdade e mediocridade. Essa questão toca fundo na natureza humana, que tende facilmente a inércia, a fim de garantir o cotidiano. Algo na natureza ama a mediocridade.
Outra característica problemática da democracia é sua vocação tagarela, como dizia o Conde de Tocqueville. Nele, as pessoas são estimuladas a ter opinião sobre tudo, e a afirmação de que todos os homens são iguais (quando a igualdade deve ser apenas perante ao tribunal) leva as pessoas mais idiotas a assumir que são capazes de opinar sobre tudo.
E, como dizia nosso conde, Descartes (filósofo francês do século 17) nunca imaginou que alguém levasse tão a sério sua idéia de que o bom senso foi dado a todos os homens em “quantidade” iguais – o que evidentemente é uma mentira empírica. O resultado é que, se você põe em dúvida a capacidade igual entre os homens de ter opiniões, a sensibilidade democrática grita de agonia. Mesmo os homens com diploma universitário de engenharia, por exemplo, se julgam capazes de pensamentos profundos sobre o mundo revelando como a universidade, ao se tornar um fenômeno de massa (como dizia o filósofo espanhol Ortega y Gasset no século 20) criou a ilusão de “opiniões banais” com ares cultos.
Uma coisa que nosso conde percebeu é que o homem da democracia, quando quer saber algo, pergunta para a pessoa do seu lado, e o que a maioria disser, ele assume como verdade. Daí que, no lugar do conhecimento a democracia criou a opinião pública.
Mas talvez a pior coisa da democracia seja o fato de que ela deu aos idiotas a conciência de seu poder numérico, como dizia o sábio Nelson Rodrigues. Em suas colunas de jornais, o Nelson costumava dizer que os idiotas, maioria absoluta da humanidade, antes do advento dad Revolução Francesa e a democracia (que a primeira não criou exatamente porque foi muito mais um regime de terror autoritário), os idiotas perceberam que são em maior número, e de lá pra cá todo mundo passou a agrada-los, a fim de ter a possibilidade de existir (principalmente intelectualmente).
O nome disso é marketing. Todo mundo que pensa um pouco vive com medo da força democrática (numérica) dos idiotas. O politicamente correto é umas das faces iradas desses idiotas.
O filósofo inglês Michael Oakeshott escreveu vários textos criticando as utopias políticas criadas a partir do século 15. Um deles, em especial, “O nascimento do homem-massa na democracia representativa”, dialoga com intuição rodriguiana. Para ambos a democracia sempre dá a vitória aos idiotas porque são a massa.
Oakeshott descreve o nascimento, ainda no Renascimento, de uma “moda” intelectual segundo a qual todos os homens seriam capazes de ser indivíduos. O nascimento da noção de indivíduo no Renascimento italiano já tinha sido apontado pelo historiador suíço do Renascimento Jacob Burckhardt no século 19. O autor suíço chegou mesmo a descrever em sua obra o fato de muitos burgueses pagarerm escritores em condições financeiras ruins para escrever sobre suas vidas, enaltecendo seus “feitos”.
Nas palavras de Burckhardt, a intenção era criar a noção do que hoje chamamos de “ter uma personalidade própria e especial”. Claro que há uma relação importante entre o nascimento da noção do indivíduo e o surgimento da burguesia, a classe que define seu próprio destino pela competência de cada um, e não pela mera herança de sangue.
Com a ruína da sociedade rural feudal, quase imóvel, os burgueses criam o valor da individualidade competente e responsável por si mesma, uma espécie de caso histórico do homem “criador de seus próprios valores” como na utopia nietzschiana do super-homem. Entretanto, quase todos fracassam na empreitada, porque o mundo é sempre hostil á individualidade, que é a fonte de valor para si mesma.
O argumento de Oakeshott é que quase ninguém é individuo de fato (isto é, quase ninguém tem uma personalidade autônoma e ativa, e dói ter uma personalidade assim), por isso a regra é repetir o que a maioria faz, mentindo-se sobre o fracasso da individualidade verdadeira. Ao contrário, Kant, no século 18, que sonhava com uma sociedade de homens cada vez mais maduros (a maioridade kantiana é igual à capacidade de tomar decisões por si só, ou seja, autonomia), Oakeshott suspeitava que tomar decisões por si mesmo era a maldição de poucos.
politicamente correto adora dizer que a democracia é feita de cidadãos conscientes e que todos são capazes de tomar decisões autônomas, numa espécie de kantismo barato. Para Oakeshott, ser um indivíduo implica solidão e inseguranças que a maioria das pessoas simplesmente não suporta e, por isso, desiste. Mas, como a democracia faz a propaganda da autonomia do indivíduo como lastro dela mesma, acaba sendo hábito mentirmos sobre o fracasso da autonomia em escala “política”. Mas, se parasse por aí, menos mal. Oakeshott dirá que todos indivíduos fracassados odiarão os verdadeiros indivíduos, caçando-os pelo mundo porque eles resistem à massificação necessária para a operação da democracia moderna. Ao contrário do que se diz a democracia não opera pela autonomia, mas sim pela massificação crescente das opiniões, como já dissera Tocqueville. Aquele indivíduo fracassado (indivíduo manqué) rapidamente se transformará em anti-indivíduo e “homem-massa”, comprando modelos de personalidade que a mídia vende e seguindo líderes autoritários ou populistas que afirmarão a autonomia para todos – como se a autonomia fosse uma espécie de bolsa-família para toda a população. O indivíduo verdadeiro sofre a perseguição mais descarada, porque ele sim vive a dureza de ter uma personalidade ativa e por isso mesmo acaba sendo um cético com relação às promessas de autonomia para as massas. No fundo, o indivíduo fracassado e o homem-massa invejam a liberdade do indivíduo verdadeiro porque ela lhes parece um luxo. Na realidade são primitivos demais para entender a maldição que é ser indivíduo e a dor que é ser livre sem pertencer a bandos.
O encontro de Tocqueville, Nelson Rodrigues e Oakeshott é evidente: o idiota raivoso fala sempre com força de bando e, na democracia de massa em que vivemos, ele sim tem o poder de destruir todos os que não se submetem a sua regra de estupidez bem adaptada."

Luiz Felipe Pondé in Guia Politicamente Incorrecto da Filosofia 


sábado, 21 de setembro de 2013

Teóricos do fim...




Vivemos num mundo de teóricos.
Eu próprio reconheço que tenho as minhas teorias, muitas vezes não transportadas para a prática. Mas eu sou um mero cidadão comum.
Eu falo dos teóricos do mundo das decisões globais.
1.     Economistas. Parecem pragas, aqueles que mestrados, doutorados e apenas licenciados em Economia, vem de todos os pontos do globo, darem a sua opinião quanto às saídas da crise, à austeridade ou à falta dela... até mesmo Prémios Nobel o fazem com insistência, baseando-se em teorias, estudos que enchem páginas e páginas de papéis e preenchem coloridamente quadros infindáveis de estatísticas e números apenas compreensíveis por mentes economistas... mas não solucionam nada.
2.     Políticos. Bem, aqui quase nem vale a pena dissertar a demagogia gritante que nos é oferecida gratuitamente, todos os dias, através de teorias e filosofias ideológicas, onde se confunde o bom senso com a falta dele, e teoricamente ideais para sairmos de crises e défices inacreditáveis. Gosto particularmente dos que se encontram ou na oposição ou na situação de ex., porque são aqueles que popularizam a bem-aventurança, mas que depois sabem também que se um dia forem governar, essas teorias tem de ser metidas todas nas gavetas...e assim nada solucionam.
3.     Colunistas. Virou moda. Toda a gente tem uma coluna de opinião, jornalistas especializados, doutores, sindicalistas, historiadores, provedores, mestres, enfim, um rol quase interminável de pessoas que pensam serem donos da razão, colocam todos os dias opiniões repletas de soluções para todos os problemas, levantando o véu às demais incúrias que vão florescendo por este mundo global. Passeiam ora como pavões,  ora como abutres, ora como velhos do restelo, ora como pensadores de soluções... mas nada solucionam.
4.     Escritores. Está na moda os livros de Salvação. Teorias banais, simplistas demais, verdades conhecidas, mas que escritas num tom mais poético, em frases que todos pensam nunca conseguirem escrever, caminhos traçados que todos pensam não conseguirem traçar, enfim, num florido quase perfeito e todos pensam ter encontrado a sua solução, a sua  liberdade... mas nada solucionam... veja-se o aumento do consumo de antidepressivos...
5.     Por fim, a teoria dos que seguem todos estes. Facebookianos convictos, idiotas perdidos, revoltados desmazelados, e politicamente corretos assumidos. Todos estes vão postando ideias perfeitamente descabidas de realidade, de bom senso, esperando um certo Sebastianismo que os venha libertar da suas próprias prisões: o reconhecimento da incapacidade de pensarem por si próprios e de criarem o maior dos bens de todas a Humanidade, que nos torna diferentes, e não superiores, aos outros animais, o raciocínio e a criação de uma consciência. Preferem as teorias, a estatística que não mata a fome a ninguém, os estudos que não ensinam ninguém a criar um caminho, as teorias que não libertam ninguém das suas próprias amarras, a demagogia que não traz sorrisos a ninguém. Ah, e a ideia de mundo perfeito é apenas invenção dos teóricos.

Sou teórico? Não sei, se calhar, mas uma coisa vos digo, dos teóricos não reza a História... 


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Piropo.





Ainda sobre os piropos.
Gosto, na maioria das vezes, de me rir com as ideias vindas da esquerda mais profunda, a mesma que chama os de direita fascistas, mas nem se apercebe que são tão fascistas quanto os da extrema direita...
Primeiro:
Definição de fascista:
Fascismo é uma forma de radicalismo político autoritário nacionalista que ganhou destaque no início do século XX na Europa. Os fascistas procuravam unificar sua nação através de um Estado totalitário que promove a mobilização em massa da comunidade nacional, confiando em um partido de vanguarda para iniciar uma revolução e organizar a nação em princípios fascistas. Hostil à democracia liberal, ao socialismo e ao comunismo, os movimentos fascistas compartilham certas características comuns, incluindo a veneração ao Estado, a devoção a um líder forte e uma ênfase em ultranacionalismo, etnocentrismo e militarismo. O fascismo vê a violência política, a guerra, e o imperialismo como meios para alcançar o rejuvenescimento nacional e afirma que as nações e raças consideradas superiores devem obter espaço deslocando aquelas consideradas fracas ou inferiores,  como no caso da prática fascista modelada pelo nazismo.
O fascismo tomou emprestado teorias e terminologias do socialismo, mas aplicou-as sob o ponto de vista que o conflito entre as nações e raças fosse mais significativo, do que o conflito de classes e teve foco em acabar com as divisões de classes dentro da nação. Defendeu uma economia mista, com o objetivo principal de conseguir autarquia para garantir a autossuficiência, e a independência nacional através de protecionista e políticas econômicas intervencionistas. O fascismo sustenta o que é, às vezes, chamado de Terceira posição entre o capitalismo e o socialismo marxista.
Influenciados pelo sindicalismo nacional, os primeiros movimentos fascistas surgiram na Itália, cerca da Primeira Guerra Mundial, combinando elementos da política de esquerda com mais tipicamente a política de direita, em oposição ao socialismo, ao comunismo, a democracia liberal e, em alguns casos, o conservadorismo de direita tradicional. Embora o fascismo seja geralmente colocado no extremo direito no tradicional espectro esquerda-direita, os fascistas em si e alguns comentaristas argumentaram que a descrição é inadequada…
O termo fascismo é derivado da palavra em latim fasces. Um feixe de varas amarradas em volta de um machado,20 foi um símbolo do poder conferido aos magistrados na República Romana de flagelar e decapitar cidadãos desobedientes.  Eram carregados por lictores e poderiam ser usados para castigo corporal e pena capital a seu próprio comando. Mussolini adotou esse símbolo para o seu partido, cujos seguidores passaram a chamar-se fascistas.
O simbolismo dos fasces sugeria "a força pela união": uma única haste é facilmente quebrado, enquanto o feixe é difícil de quebrar. Símbolos semelhantes foram desenvolvidos por diferentes movimentos fascistas. Por exemplo, o símbolo da Falange Espanhola é composto de cinco flechas unidas por uma parelha
In Wikipedia… goste-se ou não, esta descrição é unânime em todas as enciclopédias, por isso, quem discorda, apresente a queixa nas ditas.

Mas voltemos aos piropos. Desatei às gargalhadas sem precedentes quando escutei os argumentos de uma feminista desvairada e perdida, ao apresentar a ideia de legalizar o piropo como crime de ofensa... a essa senhora e a todas as outras como tal, e até aos homens que seguem estes ideais eu apenas tenho a dizer isto:
Uma boa educação supera toda a idiotice... e esta afirmação é minha.
Esta esquerda idiota continua a ser desonesta intelectualmente com as pessoas. Continua a tentar vender a ideia da igualdade em detrimento da liberdade das pessoas. Então é mais preocupante tratamos um piropo a uma mulher do que educarmos VERDADEIRAMENTE as pessoas. Em casa, nas escolas, nas ruas, nos grupos de amigos e família...
Devíamos então combater também, todos aqueles que em estacionamentos abrem as portas como se o carro do lado fosse lixo, e vai daí, uma riscadela... mas depois ainda dizem:
“Os carros são para se gastarem”... claro se para ele o é, para o seu próximo, igual a ele, também deve ser... mas não. Eu sou livre e tenho o direito de não querer os meus bens destruídos por gente estúpida e sem educação. Mas outros exemplos de falta de educação:
existem por aí uns rapazes e raparigas, novos e menos novos, que ostentam uma falta de educação, que em locais públicos gostam de não respeitar os mais velhos ou os que tem deficiências, grávidas, etc... e vai daí, ou não cedem lugares confortáveis aos mais idosos ou estacionam nos locais para pessoas com deficiências, ou não dão prioridade a grávidas nas caixas de grávidas e ainda refilam porque o caixa o meteu no lugar... então o país deve ser igual para todos, que coisa é esta de se ceder a prioridade a outros, não ficassem velhos, nem grávidas, nem mesmo deficientes... reclamem com quem de direito... eu não cedo a minha liberdade por gente sem educação, que não é igual a mim, nem nunca será e defendo os deveres cívicos para com aqueles que tem prioridades adquiridas e bem. E defendo esses deveres cívicos para com todos.
Gostava então de propor uma série de ideias, também, para serem legisladas como crimes contra a liberdade alheia:
-       Crime quando alguém não cede prioridade a pessoas prioritárias;
-       Crime grave quem estaciona em locais para deficientes;
-       Crime para quem acha que o carro do outro é lixo;
-       Crime para quem pratica o igualitarismo em detrimento da boa educação.
E já agora, piropos são fruto de uma educação deficitária, baseada na ideia de vivermos numa sociedade de direitos adquiridos e sem deveres providenciais.
Chamem-me fascista, mas reclamar e fazer ondas por causa dos piropos, vindo de quem fomenta a violência verbal, como chamar de “negro” o responsável pela Troika, ou conforme noticia do publico:
O coordenador do Bloco de Esquerda (BE) João Semedo considerou nesta sexta-feira à noite que as declarações do escritor Miguel Sousa Tavares, que se referiu a Cavaco Silva como "um palhaço" tiveram “alguma piada, mas pouca relevância política”….num país em que o Bloco de esquerda super defende a democracia, diz que chamar palhaço a um Presidente democraticamente eleito é ter alguma piada… então acho que a eleição dos deputados do BE, mesmo que democraticamente, é anedótico?... Não, porque eu respeito a liberdade de escolha de todos os que os escolheram…

E preocupados com os piropos…
Preocupem-se com a liberdade em vez de promoverem a libertinagem, essa sim, deve ser crime…