terça-feira, 27 de novembro de 2012

Texto de Luiz Felipe Pondé... contra a Praga.



Pondé escreve que o comunismo matou mais gente que o nazismo

Título original: A mulher, o bebê e o intelectual

por Luiz Felipe Pondé para Fo
Os comunistas mataram muito mais gente no século 20 do que o nazismo, o que é óbvio para qualquer pessoa minimamente alfabetizada em história contemporânea.

Disse isso recentemente num programa de televisão. Alguns telespectadores indignados (hoje em dia ficar indignado facilmente é quase índice de mau-caratismo) se revoltaram contra o que eu disse.

Claro, a maior parte dos intelectuais de esquerda mente sobre isso para continuar sua pregação evangélica (no mau sentido) e fazer a cabeça dos coitados dos alunos. Junto com eles, também estão os partidos políticos como os que se aproveitam, por exemplo, do caso Pinheirinho para "armar" a população.

O desespero da esquerda no Brasil se dá pelo fato de que, depois da melhoria econômica do país, fica ainda mais claro que as pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários. Bandido bom é bandido preso. A esquerda torce para o mundo dar errado e assim poder exercer seu terror de sempre.

Mas voltemos ao fato histórico sobre o qual os intelectuais de esquerda mentem: os comunistas (Stálin, Lênin, Trótski, Mao Tse-tung, Pol Pot e caterva) mataram mais do que Hitler e em nome das mesmas coisas que nossos intelectuais/políticos radicais de esquerda hoje pregam.

Caro leitor, peço licença para pedir a você que leia com atenção o trecho abaixo e depois explico o que é. Peço principalmente para as meninas que respirem fundo.

"(...) um novo interrogador, um que eu não tinha visto antes, descia a alameda das árvores segurando uma faca longa e afiada. Eu não conseguia ouvir suas palavras, mas ele falava com uma mulher grávida e ela respondia pra ele. O que aconteceu em seguida me dá náuseas só em pensar. (...): Ele tira as roupas dela, abre seu estômago, e arranca o bebê. Eu fugi, mas era impossível escapar do som de sua agonia, os gritos que lentamente deram lugar a gemidos e depois caíram no piedoso silêncio da morte. O assassino passou por mim calmamente segurando o feto pelo pescoço. Quando ele chegou à prisão, (...), amarrou um cordão ao redor do feto e o pendurou junto com outros, que estavam secos e negros e encolhidos."

Este trecho é citado pelo psiquiatra inglês Theodore Dalrymple em seu livro "Anything Goes - The Death of Honesty", Londres, Monday Books, 2011. Trata-se de um relato contido na coletânea organizada pelo "scholar" Paul Hollander, "From Gulag to the Killing Fields", que trata dos massacres cometidos pela esquerda na União Soviética, Leste Europeu, China, Vietnã, Camboja (este relato citado está na parte dedicada a este país), Cuba e Etiópia.

Dalrymple devia ser leitura obrigatória para todo mundo que tem um professor ou segue um guru de esquerda que fala como o mundo é mau e que devemos transformá-lo a todo custo. Ou que a sociedade devia ser "gerida" por filósofos e cientistas sociais.

Pol Pot, o assassino de esquerda e líder responsável por este interrogador descrito no trecho ao lado, estudou na França com filósofos e cientistas sociais (que fizeram sua cabeça) antes de fazer sua revolução, e provavelmente tinha como professor um desses intelectuais (do tipo Alain Badiou e Slavoj Zizek) que tomam vinho chique num ambiente burguês seguro, mas que falam para seus alunos e seguidores que devem "mudar o mundo".

De início, se mostram amantes da "democracia e da liberdade", mas logo, quando podem, revelam que sua democracia ("real", como dizem) não passa de matar quem não concorda com eles ou destruir toda oposição a sua utopia. O século 20 é a prova cabal deste fato.

Escondem isso dos jovens a fim de não ter que enfrentar sua ascendência histórica criminosa, como qualquer idiota nazista careca racista tem que enfrentar seu parentesco com Auschwitz.

Proponho uma "comissão da verdade" para todas as escolas e universidades (trata-se apenas de uma ironia de minha parte), onde se mente dizendo que Stálin foi um louco raro na horda de revolucionários da esquerda no século 20. Não, ele foi a regra.

Com a crise do euro e a Primavera Árabe, o "coro das utopias" está de volta.

Essência do totalitarismo está em querer fazer o 'bem para todos'.
julho de 2011


Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/01/ponde-escreve-que-o-comunismo-matou.html#ixzz2DSek8UWd
Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

À Procura da Miséria.




Li ontem, através do Expresso online, um texto de Nicolau Santos, intitulado “ O menino que Gaspar não conhece”, onde fazia referência a uma senhora que só tinha 70 euros e a conta do supermercado apontava 84 euros. Teve de fazer escolhas, entre as quais, um pacote de bolachas que o seu filho pedia encarecidamente para levar. E depois de muita insistência do pequeno e de negas da mãe, visto que o “dinheiro” não chegava, uma senhora na fila da caixa, caridosamente disse que pagava as bolachas ao pequeno. Segundo Nicolau Santos, e passo a citar:
A pobreza de quem nunca pensou que um dia ia ser pobre enche de vergonha e pudor os que a sofrem.
Tenho a certeza que o ministro Vítor Gaspar não conhece este menino, o que seria obviamente muito improvável. Mas desconfio que o ministro Vítor Gaspar não conhece nenhuns meninos que estejam a passar pela mesma situação. Ou se conhece considera que esse é o preço a pagar pelo famoso ajustamento. É isso que é muito preocupante. “
Este texto é apenas mais um, entre muitos, dos exemplos do provincianismo fútil e pretensioso que o Politicamente correcto tem em Portugal. De facto, estes jornalistas, pensadores, senhores que escrevem e descrevem o Portugal, deviam era deixar as suas cadeiras de secretárias, e darem “corda aos sapatos” (perdoem-me a velha expressão portuguesa), e irem descobrir o verdadeiro Portugal, o profundo.
O país onde existem misérias desde que existem governos, onde existem pessoas com pouco para comer desde que fizeram o 25 de Abril, onde existem pessoas necessitadas de um carinho, um sorriso ou apenas uma mão que as ajude, desde que existe a Republica, onde existe misérias desde que existe país… mas onde, no passado, ninguém quis saber se alguém, de facto, assim existia.
Parece que certas pessoas, só agora, que o país bateu no fundo, acordaram para a realidade. Parece que muitos daqueles que tem responsabilidades cívicas de informação e esclarecimento publico, vem agora como os “velhos do Restelo”, ditarem as suas sentenças de morte anunciada, quando nos tempos em que a faca já matava o “porco”, riam-se e deliciavam-se com uma certa sumptuosidade de quem pensava que o país prosperava e enriquecia. Parece que muitos dos portugueses viveram, hibernados, dentro da caverna platónica, e agora, assustados, cegos pelos anos de falácia de governação, espantam-se com momentos de caridade e de uma dita pobreza, a mesma que procuram e quase querem impor, por força de arranjarem militantes para a realização da sua “nobre” (hipocritamente) façanha de salvar Portugal.
Sejam honestos, pelo menos uma vez na vida. Ser honesto é deixar de enganar as pessoas com estiradas ideológicas demasiado patentes, apenas para deixar em aberto no pensamento das mesmas, que afinal as velhas histórias de crianças, em que o “Bicho Papão” vem comer o pequeno, são verdadeiras.
O “Bicho-Papão” existe, de facto, chama-se Estado, composto por pessoas que na base das mesmas ideologias que este tipo de pessoa defende, levaram-nos até ao fundo do poço, ao sitio onde já não existe água, onde o dinheiro não chega para colocar um pão na mesa, onde o dinheiro não chega para enfrentar as necessidades que o País tem, e onde o dinheiro não chega para limpar as lágrimas daqueles, os pobres deste país, que vêem ser destruído o seu sonho de felicidade. E por isso o ajustamento. Não estou de acordo que este ajustamento seja o ideal, não estou de acordo com imensas coisas que este Governo tem feito, mas em primeiro lugar, não perdi a memória, não perdi o discernimento de quem nos trouxe até aqui, de quem apregoou a nefasta ideia de que o Estado Social é dar sem pedir nada em troca, é alimentar sem pedir responsabilidades, é ser-se fraterno sem se ser educador. Não me esqueço que quem nos trouxe até aqui foram os mesmos que esconderam a pobreza quando ela já existia, sim, ela não é dos dias de hoje, é de há muito tempo, e bastava terem andado pelo Verdadeiro Portugal, para verificarem que há muitos anos que pessoas vivem com imensas dificuldades, que pessoas tem de deixar de pagar as suas compras nos supermercados para conseguirem pagar as facturas das farmácias, há muitos anos que crianças desfavorecidas chegam às escolas sem pequeno-almoço e voltam para casa sem a esperança de um jantar reconfortante. Há muitos anos que pessoas não sabem o que é aquecimento, o conforto de um lar decente, de uma mesa apresentável.
Bastava que os ditos pseudo-intelectuais, da qual este país está repleto, os Politicamente Correctos, saíssem da Capital e fossem visitar o país real.
Um país real onde o desemprego é praticamente privado, onde a economia foi quase “nacionalizada”, através da formatação da ideia que o lucro para as empresas portuguesas passava por bons negócios com o sector Estado e não com o Sector privado, ou melhor ainda, com as exportações. Vivemos décadas fechados em nós próprios, de costas voltadas ao exterior… o mesmo que agora vem nos dar a mão. Pode, esse exterior, ter tido comportamentos menos saudáveis para connosco, no passado, mas as decisões sempre foram nossas… ou nas vossas casas quem decide foi sempre o “vizinho”?
Por isso, isto é apenas mais um dos muitos exemplos, de que a nossa verdadeira crise, não é económica, mas sim cultural e intelectual… e também de memória, porque pelo que vejo nas redes sociais e leio na maioria dos jornais, são poucos os que ainda se recordam das razões de estarmos a viver uma intervenção externa.
E concluo, apenas dizendo, que haja bom-tom e responsabilidade na forma como se abordam os temas em debate, haja respeito por quem, de facto, passa dificuldades, faz contas à vida, tem um pão para por na mesa. Deixem-se de razões e ideias faraónicas de querer, quase obrigando, mostrar a miséria deste país, para conseguirem engrossar as fileiras das manifestações, com a venda de uma falsa noção de busca pela felicidade, de um paradoxo fundamento de que este Governo é que criou a pobreza e a miséria… contribui para que ela possa aumentar, mas não a criou, ela foi criada pelos mesmos que agora surgem como hipócritas Salvadores de uma Pátria perdida.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Os Israelitas (In)Correctos.


Desde pequeno que o problema Israelo-árabe é assunto do dia-a-dia.
Ouço dizer por aí que os israelitas são o problema, são os invasores.
Pois então aqui vai um pouco de história:
A origem dos judeus é tradicionalmente datada aproximadamente 2000 a.C na Mesopotâmia, quando a destruição de Ur e da Caldeia forçou a população a imigrar para outros lugares. A família de Abraão estava entre aqueles que tinham imigrando para a Assíria. Abraão é considerado o fundador do Judaísmo.
A Estela de Merenpta, datada para 1200 a.C, é um dos mais antigos registros arqueólogos do povo judeu na Terra de Israel, onde o judaísmo, a primeira religião monoteísta, se desenvolveu. De acordo com relatórios da Bíblia, os judeus desfrutaram de períodos de autodeterminação, primeiramente sob juízes bíblicos de Otniel até Sansão. Depois, aproximadamente 1000 a.C, o Rei Davi, ou David, estabeleceu Jerusalém como a capital do Reino Unido de Israel e Judá, também conhecido como a Monarquia Unida, e de lá reinaram as Doze Tribos de Israel.
Quanto aos palestinianos:
A região era chamada de Palastu pelos assírios.
A palavra Palestina deriva do grego Philistia, nome dado pelos autores da Grécia Antiga a esta região, devido ao facto de parte dela (entre a actual cidade de Tel Aviv e Gaza) se terem fixado no século XII a.C., os filisteus.
Os filisteus não eram semitas e a sua provável origem é creto-miceniana, uma das mais conhecidas (embora recorrentemente mencionadas) vagas dos chamados "Povos do Mar" que se estabeleceram em várias partes do litoral sul, do mar Mediterrâneo, incluindo a área hoje conhecida como Faixa de Gaza. Segundo a tradição bíblica os filisteus seriam oriundos de Caphtor, termo associado à ilha de Creta. Este povo é igualmente referido nos escritos do Antigo Egipto com o nome de prst, por onde também passaram e foram repelidos.
No século II d.C., os romanos utilizaram o termo Syria Palaestina para se referirem à parte sul da província romana da Síria. O termo entraria posteriormente na língua árabe e é usado desde então para se referir a esta região.
Chamo a vossa atenção para o facto de os Judeus datam de 1200 a.c., e os filisteus de 1190 a.c. ( o mais aproximado, porque o sec. XII pode ter sido ainda muito à posteriori).
Mas gostava ainda de incluir mais uns dados:
1.     O único país do Médio Oriente que defende princípios mais próximos daqueles que a esquerda clássica defende, é Israel, falo da Democracia plural, dos direitos dos cidadãos, etc.
2.     A esquerda clássica defende que é Israel quem é o agressor sem piedade, pois bem, aconselho essas pessoas a lerem um bocado de história e de tácticas militares, pois o exército mais selectivo e mais objectivo nos seus alvos, é o israelita, eles apenas atacam quem devem atacar. O problema é que grupos armados como o Hamas, radicais, não tem problema, aliás é sua estratégia, refugiar-se entre o seu povo e sacrificá-lo, para obter uma dita “razão” para se defender, já que o tema ocupação não tem sentido, pela história.
Mas este assunto, os ataques a um povo que habituou-se a defender, um povo que está na terra onde nasceu, um povo que foi massacrado por um Holocausto (o mesmo que o Presidente do Irão diz ter sido uma falácia), mas mesmo assim é o povo criticado, é mais uma das tiradas magníficas do Politicamente Correcto, que procura na pobreza, no socialmente frágil, e nas supostas vítimas de invasões, motivos para as suas revoluções. Pois bem, gostava de os ver a levarem bandeiras em punho, mas para o meio dos rockets que caem sobre Israel… se calhar ainda iam dizer que são os Judeus que se atacam a si próprios e que o Hamas é apenas constituído pelos meninos do coro...porque afinal quem nasce torto, tarde se endireita.



domingo, 18 de novembro de 2012

O Politicamente Correcto - A Praga Moderna.



Texto de Luiz Felipe Pondé, in Guia do Politicamente Incorrecto em Filosofia.

(brasileiro)

“ Aqui encerro o relato do meu pecado. A praga PC (politicamente correcto) deve ser combatida não porque seja bonito dizer piadas racistas (não é), mas porque ela é um instrumento de (maus) profissionais da cultura, normalmente gente mau-caracter, fraca intelectualmente, pobre e oportunista, para aniquilar o livre “comércio de ideias” ao seu redor, controlando as instâncias de razão pública, como universidades, escolas, jornais, revistas, rádio, TV e tribunais. Nascida da esquerda americana, ela é pior do que a esquerda clássica, porque essa pelo menos não era covarde. A praga PC usa métodos de coerção institucional e de assédio moral, visando calar todo o mundo que discorda dela, antes de tudo, tentando fazer dessas pessoas monstros e, por fim, tentando inviabilizar o comércio livre de ideias. Ideias não são sempre coisas “boas”. Às vezes doem.
Ao final, a praga PC, é apenas mais uma forma enraivecida de recusar a idade adulta e de aniquilar a inteligência. O que ela mais teme é a coragem. Por isso, diz o povo é lindo quando não é, diz que as mulheres estão bem sozinhas, quando não estão (estavam mal acompanhadas e agora estão pior sozinhas, porque a humanidade é basicamente infeliz e incoerente com relação aos desejos e às expectativas), diz que a natureza é uma mãe quando ela é mais Medeia, nos proíbe de reclamar de gente brega ao nosso redor, mente sobre aqueles que lutaram contra a ditadura (eles não eram muito melhores do que os torturadores se tivessem a chance de torturar alguém), nega a importância da culpa de reconhecer valor em nada porque nega a própria capacidade humana de fazer discernimento.
A praga PC é apenas mais uma face da velha ignorância humana.
Deixo você, leitor, com uma pérola de Nelson Rodrigues, o primeiro no Brasil a criticar a praga PC mesmo antes de ela ter esse nome. Nessa citação, vemos uma hipótese poderosa para a origem do politicamente correcto: o aviltamento da cultura, da arte, do intelecto, enfim, do pensamento, em nome da política. Infelizmente, a cultura tornou-se “mera” politica e com isso corre o risco de se fazer medíocre em sua obsessão, por reduzir a alma a um nada de vida.
«Eis o que eu queria dizer: o aviltamento começou quando o intelectual se politizou. Já não bastava ser “poeta”, “romancista”, “ensaísta”, “dramaturgo”, “pintor”. Uma vez que a política é a linguagem do nosso tempo, o artista tem de sair de sua solidão criadora. Nunca se pediu um soneto a Bismarck, ou um romance a Roosevelt, ou um drama a Churchill.»”

A ler por quem não deseja pertencer a "rebanhos" e intelectualismos vazios e sem escrúpulos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Greve Geral



Um texto que recebi de FSP, sobre a Greve Geral:

"A Greve Geral.
É antes de mais, uma discussão ideológica. O direito à greve está, e muito bem, consagrado constitucionalmente. No entanto hoje é imperativo discutir as causas e a própria existência deste direito nas empresas públicas. Se o direito protege a parte mais fraca, i.e., o trabalhador, face ao capital social da empresa, pressupondo a existência de uma relação desequilibrada de poder, qual o sentido da existência de greves, ou de certos manifestos de greve como p.e., o aumento do custo de vida ou o direito à felicidade, em empresas que são publicas ou cm interesse publico, em que o capital social é de todos nós? Haverá violação de direitos laborais em empresas públicas?  Impossível no tempo dos Provedores e Procuradores Gerais. Nas relações de trabalho em empresas públicas, qual é, de facto, a parte mais fraca e vulnerável? Pode o interesse público ficar refém do interesse menor? Não, seguramente."
FSP


Eu penso que o direito à greve, e bem, é um dos direitos fundamentais de uma constituição livre, porque é um dos instrumentos da livre expressão dos povos. Mas, como todos os mesmos direitos de liberdade, devem ser assumidos com a devida responsabilidade. Penso que as greves devem ter ideologias bem definidas, na defesa dos direitos adquiridos, e não subservientes a interesses politco-partidários, como penso que a maioria das greves, infelizmente, o são em Portugal. Ainda não vi nenhuma greve mudar o rumo deste país, mas já vi uma manifestação pacifica, ordeira e apartidária, mudar as ideias que este Governo tinha para o país.
Não concordo com o facto de que a Grave deve ser manipulada, como muitas vezes acontece, exemplo, o controle absurdo da rede de transportes, o que impossibilita logo a deslocação de pessoas e activos, aumentando assim a guerra dos numeros de grevistas (sendo que vários são os que não desejam fazer, mas são obrigados). A greve tem de ter um espirito individual, livre e respeitável por todos. Não pode ter um espirito coorporativista, dominador e abusivamente controlador do pensamento livre de cada individuo.
Eu não fiz greve, mas respeito quem a fez, como quem não a fez. Não me revejo nesta greve, pois foi apenas do interesse ideologico partidário, na minha opinião.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O Video do Politicamente Correcto.





Veio a Sra. Merkel… e o Sr. Marcelo fez um vídeo… e uma larga maioria se regozijou com esse vídeo, onde a falácia quase permanente persistiu… e assim continuou o Portugal que achamos ter.
O Sr. Gaspar diz que somos dos melhores povos do mundo. Historicamente até posso concordar com ele, mas actualmente coloco algumas sérias dúvidas. Porquê?
Porque um povo que, apesar de se sentir esmigalhado pelo garfo das dificuldades, ainda se nega a pensar por si próprio, não é um povo, mas sim uma manta de retalhos.   
Após ver o vídeo e após verificar os comentários nas redes sociais, na sua maioria, chego à minha conclusão, que este povo perdeu definitivamente a noção de consciência, quer individual, quer colectiva. Ainda bem que existe uma minoria que não se revê no vídeo, ufa, pensava estar sozinho.
Estive a fazer umas investigações, algo que todos poderão fazê-lo, pois a internet não tem apenas os “postes” do Facebook ou as fofocas do Messenger, tem muita informação, acreditem, informação essa que pode ajudar a esclarecer as duvidas e a enriquecer os conhecimentos.
O vídeo fala, e vou apenas citar dois exemplos da falta de saber informar que ele detém, das ajudas do plano Marshall, o famoso plano da recuperação europeia no pós-guerra, por parte dos EUA. Em baixo poderão verificar os valores que foram disponibilizados a cada país. Destaco que nós também tivemos parte da ajuda, muito menor que a Alemanha, mas também não participamos nem estávamos destruídos por uma guerra. Mas de notar, que a Alemanha não foi o país que mais recebeu, no entanto, foi o país que mais se desenvolveu em toda a Europa, tornando-se no mais rico.

Ajuda financeira recebida
País
1948-49
(milhões
de dólares)
1949-50
(milhões
de dólares)
1950-51
(milhões
de dólares)
Total
(milhões
de dólares)
510
438
500
1,448
232
166
70
488
195
222
360
777
103
87
195
385
1,085
691
520
2,296
175
156
45
366
88
45
133
6
22
15
43
594
405
205
1,204
82
90
200
372
471
302
355
1,128
70
70
1,316
921
1,060
3,297
39
48
260
347
250
250
28
59
50
137

E o vídeo diz que melhoramos sem plano Marshall…hum…bem, e os fundos da Europa são o quê, pergunto? O resultado de uma Europa recuperada ou outra coisa?
Depois fala-se de carros eléctricos e da maior rede de abastecimentos de carros eléctricos… vergonha. Ok, merecemos o prémio da iniciativa em construir esses postos, mas se não temos depois incentivos à compra deles… quer dizer primeiro fizemos o tecto e agora não temos a casa… para quê dizer isto aos Alemães? Para nos envergonharmos, para eles pensarem mais uma vez que aqui, neste país à beira mar plantado se esbanja dinheiros dos impostos dos europeus? E ainda nós nos queixamos que os nossos impostos são mal gastos… e os estádios? Sabem que se gastou 665 milhões de euros a construir ou renovar os 10 estádios deste Europeu, que ainda por cima, ironicamente, se transformou no princípio da nossa tragédia Grega?  Seis anos após o torneio que coloriu Portugal de Norte a Sul, o quadro é bem mais negro. As autarquias estão asfixiadas, mas os bancos não esperam. A Câmara de Aveiro paga, por ano, quatro milhões de euros em juros e amortizações, repartidos por empréstimos ou locações financeiras contratualizadas para pagar a construção do Estádio Municipal Mário Duarte; a edilidade de Coimbra despende 1,5 milhões de euros; Leiria, 1,2 milhões; Faro e Loulé, proprietárias do Estádio do Algarve, liquidam à banca 1,5 milhões… Braga a recordista, 5 milhões de euros por ano. Será que foi a Alemanha que nos obrigou a realizarmos este projecto megalómano e que hipotecou gerações?
Parque automóvel. Os últimos dados apontam que detemos uma frota de qualidade média muito inferior ao geral da Europa, bem como temos menos carros. Acho que aquele BMW era do Marcelo ou de outro dos seus vizinhos da Quinta da Marinha.
E podíamos estar aqui a esmifrar todos os pontos que ele fala… mas gostava ainda de abordar um dos mais importantes: o do provincianismo barato e da falta de qualidade de pensamento e identidade de alguém que julga ser o Alto Provedor de Portugal.
Primeiro, independentemente das atitudes (mais ou menos acertadas da Alemanha e da sua Chanceler) temos necessidade de fazer um vídeo de comparações com eles, com o intuito de eles amenizarem, alterarem ou até perdoarem a nossa divida? Onde está o nosso orgulho como Portugueses, onde está a nossa identidade como cidadãos de uma Nação independente e das mais antigas do Mundo? Onde está o respeito por todos aqueles anónimos, nem falo dos que escreveram o seu nome na História, que derramaram o seu sangue em prol desta nação, e que no momento de assumir os seus erros, as suas culpas, unindo-se num sentido de mudança e de construção de um novo futuro, não, prefere atirar-se ao abismo, com uma submissão estupida, uma falta de consciência individual e colectiva alarmante e uma mania suicidária de pensar que a culpa da sua bancarrota não é dos que cá estão, mas sim dos que nunca cá viveram… os mesmos que ainda nos emprestam dinheiro ao juro mais baixo (na Troika é o juro mais baixo, o da Alemanha). Isto não é uma nação, isto é uma cambada de esquizofrénicos... a começar pelo Sr. Marcelo.
Depois, ele não se podia lembrar de uma figura mais portuguesa que não a do Zé Povinho? E logo um que até a barba parecia querer descolar e cair… Provincianismo do puro. E depois ainda apresenta apenas pessoas operárias, não que eu tenha alguma coisa contra elas, tenho o maior respeito por quem trabalha, de facto, e sempre terei, qualquer que seja a sua profissão… mas convenhamos, temos outras profissões também, ou além de sermos pobres, gostamos de mostrar a nossa “pobreza franciscana” aos outros?
Enfim, fazer vídeos de um país único nas suas características territoriais, humanas, turísticas, de potencial geoestratégico, etc… isso sim, seria um vídeo válido para mostrarmos quem somos, o que somos e como somos, apesar dos erros que cometemos, porque erros todos podem cometer, mas apenas os sábios é que sabem que admiti-los é o primeiro passo para a libertação deles e a aprendizagem da solução… mas o debate sobre os problemas e possíveis soluções fica para outros textos, em breve.
Este vídeo e tudo o que ele representa, e todas as manifestações que foram feitas contra a Sra. Merkel (que não defendo, nem acuso), traz-me à memória um trecho de Luiz Felipe Pondé, que diz:
“ O novo hipócrita social pensa que não esconde nenhum monstro dentro de si. Quando um idiota politicamente correcto fala de si mesmo, pensa em si mesmo como um anjo que, por conta do domínio dos malvados (os “outros” que são cruéis dominadores do mundo), não consegue viver o bem que ele carrega dentro de si. Esse idiota usa a politica como modo de esconder o mal em si mesmo. A defesa que o mentiroso do PC faz da humanidade é na realidade uma defesa de si mesmo. Ao fazer isso, ele nega a possibilidade de entrar em contacto com os seus próprios demónios e assim tornar um enganador de si mesmo, um retardado moral e um canalha que não se reconhece como canalha e, por isso, não tem nem mesmo a dignidade de se saber mal…” (transcrito do brasileiro)

Termino com a perspectiva de Hobbes, a qual me revejo, e que determina muito do que estamos a viver:
“ A natureza humana é egoísta, amedrontada e traiçoeira, porque a vida, quando se encontra em desordem, traz à tona toda a precaridade essencial dessa mesma natureza.”