domingo, 29 de setembro de 2013

"A Mediocridade anda em bando, e a Democracia ama os Medíocres"




"A democracia é um regime que vive entre dois valores essenciais: liberdade e igualdade, segundo Tocqueville. E esse convívio não é fácil. Entre os dois, habita o que eu chamo de sensibilidade democrática, um conjunto de características que vão além do mero debate acerca das instituições democráticas, como poderes públicos, partidos, eleições, plesbicitos etc.
Não se trata de falar mal da democracia, ela é o regime político “menos ruim”. Até onde os especialistas podem falar, precisamos viver em grupos para sobreviver, mas para isso fazemos concessões ao grupo em troca de alguma segurança. Nesse sentido sou hobbesiano: o homem é o lobo do homem e o estado da natureza (grosso modo, a maneira pré-político de vida, uma espécie de vida em bando do neolítico) devia ser bem péssimo.
Por isso precisamos de organização e poder. Dentro desse quadro de ausência de opção de vida sem Estado político, a democracia é o menos pior porque procura institucionalizar as tensões da vida em grupo, distribuindo os poderes de modo menos concentrado.
A tentativa de definir a democracia “como regime de direitos” é ridícula porque não existem direitos sem deveres, por isso a idéia de que os piolhos ou frangos tenham direitos começa a aparecer quando separamos direitos de sua contrapartida anterior, os deveres. A praga PC (politicamente correto) costuma fazer essa separação por motivos de marketing e ignorância filosófica.
Mas, independente de a democracia ser nossa melhor opção, há problemas nela, claro. Como dizia Tocqueville, a democracia tem impactos específicos nos humores, temperamentos, hábitos e costumes. O que chamo de sensibilidade democrática é parte desses impactos.
Uma coisa que salta aos olhos é a tentativa de chamar qualquer um que critique a democracia de antidemocrático. A sensibilidade democrática é “dolorida”, qualquer coisa ela grita. Mas não me engano com ela: esse “grito” nada mais é do que a tentativa de impedir críticas que reduzem a vocação também tirânica que a democracia tem como regime “do povo”.
O “povo” é sempre opressor, Rosseau e Marx são dois mentirosos. Mesmo na Bíblia, quando os profetas de Israel criticavam os poderosos, também criticavam os poderosos, também criticavam o “povo”, que nunca foi herói de nada. Aliás, o risco da tirania do “povo”! já tinha sido apontado pelo próprio Tocqueville. As duas formas mais evidentes de tirania são a da maioria e a do dinheiro (criador de uma “aristocracia do dinheiro” em lugar de sangue).
Para evitar esse risco tirânico, precisamos cuidar dos mecanismos de “pesos e contrapesos” da democracia (suas instituições em conflito, mídia, instâncias de razão pública, como escolas, universidades, a própria mídia, tribunais, etc.) e combater a tendência de reduzir a democracia a um regime da “vontade popular” ou um regime “do povo”. O povo é sempre opressor. Quando aparece politicamente, é para quebrar coisas.
O povo adere fácil e descaradamente (como aderiu nos séculos 19 e 20) a toda forma de totalitarismo. Se der comida, casa e hospital, o povo faz qualquer coisa que você pedir. Confiar nos bons modos de um leão à mesa. Só mentirosos e ignorantes tem orgasmos políticos com o “povo”.
Mas, voltando a liberdade x igualdade, principal tensão na democracia: segundo Tocqueville, não há como evitar essa tensão porque ambas são valores de raiz da democracia. Quando você dá mais espaço para a liberdade, a tendência é que a democracia acentue as diferenças entre as pessoas e os grupos que nela vivem. Mas a liberdade é a chave da capacidade criativa e empreendedora do homem.
Quando você acentua a igualdade, a democracia ganha em nivelamento e perde em criatividade e geração de abundância para as pessoas. O politicamente correto é um caso clássico de censura à liberdade de pensamento, por isso, sob ele, o pensamento público fica pobre e repetitivo, por isso medíocre e covarde.
Quando se acentua a igualdade na democracia, amplia-se a mediocridade, porque os covardes temem a liberdade. Por exemplo, os regimes marxistas, assim como os fascistas de direita (os marxistas são os fascistas de esquerda), reduziram o pensamento e a vida das pessoas ao nível de um formigueiro. Mas a sensibilidade democrática sofre quando se aponta a relação entre culto da igualdade e mediocridade. Essa questão toca fundo na natureza humana, que tende facilmente a inércia, a fim de garantir o cotidiano. Algo na natureza ama a mediocridade.
Outra característica problemática da democracia é sua vocação tagarela, como dizia o Conde de Tocqueville. Nele, as pessoas são estimuladas a ter opinião sobre tudo, e a afirmação de que todos os homens são iguais (quando a igualdade deve ser apenas perante ao tribunal) leva as pessoas mais idiotas a assumir que são capazes de opinar sobre tudo.
E, como dizia nosso conde, Descartes (filósofo francês do século 17) nunca imaginou que alguém levasse tão a sério sua idéia de que o bom senso foi dado a todos os homens em “quantidade” iguais – o que evidentemente é uma mentira empírica. O resultado é que, se você põe em dúvida a capacidade igual entre os homens de ter opiniões, a sensibilidade democrática grita de agonia. Mesmo os homens com diploma universitário de engenharia, por exemplo, se julgam capazes de pensamentos profundos sobre o mundo revelando como a universidade, ao se tornar um fenômeno de massa (como dizia o filósofo espanhol Ortega y Gasset no século 20) criou a ilusão de “opiniões banais” com ares cultos.
Uma coisa que nosso conde percebeu é que o homem da democracia, quando quer saber algo, pergunta para a pessoa do seu lado, e o que a maioria disser, ele assume como verdade. Daí que, no lugar do conhecimento a democracia criou a opinião pública.
Mas talvez a pior coisa da democracia seja o fato de que ela deu aos idiotas a conciência de seu poder numérico, como dizia o sábio Nelson Rodrigues. Em suas colunas de jornais, o Nelson costumava dizer que os idiotas, maioria absoluta da humanidade, antes do advento dad Revolução Francesa e a democracia (que a primeira não criou exatamente porque foi muito mais um regime de terror autoritário), os idiotas perceberam que são em maior número, e de lá pra cá todo mundo passou a agrada-los, a fim de ter a possibilidade de existir (principalmente intelectualmente).
O nome disso é marketing. Todo mundo que pensa um pouco vive com medo da força democrática (numérica) dos idiotas. O politicamente correto é umas das faces iradas desses idiotas.
O filósofo inglês Michael Oakeshott escreveu vários textos criticando as utopias políticas criadas a partir do século 15. Um deles, em especial, “O nascimento do homem-massa na democracia representativa”, dialoga com intuição rodriguiana. Para ambos a democracia sempre dá a vitória aos idiotas porque são a massa.
Oakeshott descreve o nascimento, ainda no Renascimento, de uma “moda” intelectual segundo a qual todos os homens seriam capazes de ser indivíduos. O nascimento da noção de indivíduo no Renascimento italiano já tinha sido apontado pelo historiador suíço do Renascimento Jacob Burckhardt no século 19. O autor suíço chegou mesmo a descrever em sua obra o fato de muitos burgueses pagarerm escritores em condições financeiras ruins para escrever sobre suas vidas, enaltecendo seus “feitos”.
Nas palavras de Burckhardt, a intenção era criar a noção do que hoje chamamos de “ter uma personalidade própria e especial”. Claro que há uma relação importante entre o nascimento da noção do indivíduo e o surgimento da burguesia, a classe que define seu próprio destino pela competência de cada um, e não pela mera herança de sangue.
Com a ruína da sociedade rural feudal, quase imóvel, os burgueses criam o valor da individualidade competente e responsável por si mesma, uma espécie de caso histórico do homem “criador de seus próprios valores” como na utopia nietzschiana do super-homem. Entretanto, quase todos fracassam na empreitada, porque o mundo é sempre hostil á individualidade, que é a fonte de valor para si mesma.
O argumento de Oakeshott é que quase ninguém é individuo de fato (isto é, quase ninguém tem uma personalidade autônoma e ativa, e dói ter uma personalidade assim), por isso a regra é repetir o que a maioria faz, mentindo-se sobre o fracasso da individualidade verdadeira. Ao contrário, Kant, no século 18, que sonhava com uma sociedade de homens cada vez mais maduros (a maioridade kantiana é igual à capacidade de tomar decisões por si só, ou seja, autonomia), Oakeshott suspeitava que tomar decisões por si mesmo era a maldição de poucos.
politicamente correto adora dizer que a democracia é feita de cidadãos conscientes e que todos são capazes de tomar decisões autônomas, numa espécie de kantismo barato. Para Oakeshott, ser um indivíduo implica solidão e inseguranças que a maioria das pessoas simplesmente não suporta e, por isso, desiste. Mas, como a democracia faz a propaganda da autonomia do indivíduo como lastro dela mesma, acaba sendo hábito mentirmos sobre o fracasso da autonomia em escala “política”. Mas, se parasse por aí, menos mal. Oakeshott dirá que todos indivíduos fracassados odiarão os verdadeiros indivíduos, caçando-os pelo mundo porque eles resistem à massificação necessária para a operação da democracia moderna. Ao contrário do que se diz a democracia não opera pela autonomia, mas sim pela massificação crescente das opiniões, como já dissera Tocqueville. Aquele indivíduo fracassado (indivíduo manqué) rapidamente se transformará em anti-indivíduo e “homem-massa”, comprando modelos de personalidade que a mídia vende e seguindo líderes autoritários ou populistas que afirmarão a autonomia para todos – como se a autonomia fosse uma espécie de bolsa-família para toda a população. O indivíduo verdadeiro sofre a perseguição mais descarada, porque ele sim vive a dureza de ter uma personalidade ativa e por isso mesmo acaba sendo um cético com relação às promessas de autonomia para as massas. No fundo, o indivíduo fracassado e o homem-massa invejam a liberdade do indivíduo verdadeiro porque ela lhes parece um luxo. Na realidade são primitivos demais para entender a maldição que é ser indivíduo e a dor que é ser livre sem pertencer a bandos.
O encontro de Tocqueville, Nelson Rodrigues e Oakeshott é evidente: o idiota raivoso fala sempre com força de bando e, na democracia de massa em que vivemos, ele sim tem o poder de destruir todos os que não se submetem a sua regra de estupidez bem adaptada."

Luiz Felipe Pondé in Guia Politicamente Incorrecto da Filosofia 


sábado, 21 de setembro de 2013

Teóricos do fim...




Vivemos num mundo de teóricos.
Eu próprio reconheço que tenho as minhas teorias, muitas vezes não transportadas para a prática. Mas eu sou um mero cidadão comum.
Eu falo dos teóricos do mundo das decisões globais.
1.     Economistas. Parecem pragas, aqueles que mestrados, doutorados e apenas licenciados em Economia, vem de todos os pontos do globo, darem a sua opinião quanto às saídas da crise, à austeridade ou à falta dela... até mesmo Prémios Nobel o fazem com insistência, baseando-se em teorias, estudos que enchem páginas e páginas de papéis e preenchem coloridamente quadros infindáveis de estatísticas e números apenas compreensíveis por mentes economistas... mas não solucionam nada.
2.     Políticos. Bem, aqui quase nem vale a pena dissertar a demagogia gritante que nos é oferecida gratuitamente, todos os dias, através de teorias e filosofias ideológicas, onde se confunde o bom senso com a falta dele, e teoricamente ideais para sairmos de crises e défices inacreditáveis. Gosto particularmente dos que se encontram ou na oposição ou na situação de ex., porque são aqueles que popularizam a bem-aventurança, mas que depois sabem também que se um dia forem governar, essas teorias tem de ser metidas todas nas gavetas...e assim nada solucionam.
3.     Colunistas. Virou moda. Toda a gente tem uma coluna de opinião, jornalistas especializados, doutores, sindicalistas, historiadores, provedores, mestres, enfim, um rol quase interminável de pessoas que pensam serem donos da razão, colocam todos os dias opiniões repletas de soluções para todos os problemas, levantando o véu às demais incúrias que vão florescendo por este mundo global. Passeiam ora como pavões,  ora como abutres, ora como velhos do restelo, ora como pensadores de soluções... mas nada solucionam.
4.     Escritores. Está na moda os livros de Salvação. Teorias banais, simplistas demais, verdades conhecidas, mas que escritas num tom mais poético, em frases que todos pensam nunca conseguirem escrever, caminhos traçados que todos pensam não conseguirem traçar, enfim, num florido quase perfeito e todos pensam ter encontrado a sua solução, a sua  liberdade... mas nada solucionam... veja-se o aumento do consumo de antidepressivos...
5.     Por fim, a teoria dos que seguem todos estes. Facebookianos convictos, idiotas perdidos, revoltados desmazelados, e politicamente corretos assumidos. Todos estes vão postando ideias perfeitamente descabidas de realidade, de bom senso, esperando um certo Sebastianismo que os venha libertar da suas próprias prisões: o reconhecimento da incapacidade de pensarem por si próprios e de criarem o maior dos bens de todas a Humanidade, que nos torna diferentes, e não superiores, aos outros animais, o raciocínio e a criação de uma consciência. Preferem as teorias, a estatística que não mata a fome a ninguém, os estudos que não ensinam ninguém a criar um caminho, as teorias que não libertam ninguém das suas próprias amarras, a demagogia que não traz sorrisos a ninguém. Ah, e a ideia de mundo perfeito é apenas invenção dos teóricos.

Sou teórico? Não sei, se calhar, mas uma coisa vos digo, dos teóricos não reza a História... 


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Piropo.





Ainda sobre os piropos.
Gosto, na maioria das vezes, de me rir com as ideias vindas da esquerda mais profunda, a mesma que chama os de direita fascistas, mas nem se apercebe que são tão fascistas quanto os da extrema direita...
Primeiro:
Definição de fascista:
Fascismo é uma forma de radicalismo político autoritário nacionalista que ganhou destaque no início do século XX na Europa. Os fascistas procuravam unificar sua nação através de um Estado totalitário que promove a mobilização em massa da comunidade nacional, confiando em um partido de vanguarda para iniciar uma revolução e organizar a nação em princípios fascistas. Hostil à democracia liberal, ao socialismo e ao comunismo, os movimentos fascistas compartilham certas características comuns, incluindo a veneração ao Estado, a devoção a um líder forte e uma ênfase em ultranacionalismo, etnocentrismo e militarismo. O fascismo vê a violência política, a guerra, e o imperialismo como meios para alcançar o rejuvenescimento nacional e afirma que as nações e raças consideradas superiores devem obter espaço deslocando aquelas consideradas fracas ou inferiores,  como no caso da prática fascista modelada pelo nazismo.
O fascismo tomou emprestado teorias e terminologias do socialismo, mas aplicou-as sob o ponto de vista que o conflito entre as nações e raças fosse mais significativo, do que o conflito de classes e teve foco em acabar com as divisões de classes dentro da nação. Defendeu uma economia mista, com o objetivo principal de conseguir autarquia para garantir a autossuficiência, e a independência nacional através de protecionista e políticas econômicas intervencionistas. O fascismo sustenta o que é, às vezes, chamado de Terceira posição entre o capitalismo e o socialismo marxista.
Influenciados pelo sindicalismo nacional, os primeiros movimentos fascistas surgiram na Itália, cerca da Primeira Guerra Mundial, combinando elementos da política de esquerda com mais tipicamente a política de direita, em oposição ao socialismo, ao comunismo, a democracia liberal e, em alguns casos, o conservadorismo de direita tradicional. Embora o fascismo seja geralmente colocado no extremo direito no tradicional espectro esquerda-direita, os fascistas em si e alguns comentaristas argumentaram que a descrição é inadequada…
O termo fascismo é derivado da palavra em latim fasces. Um feixe de varas amarradas em volta de um machado,20 foi um símbolo do poder conferido aos magistrados na República Romana de flagelar e decapitar cidadãos desobedientes.  Eram carregados por lictores e poderiam ser usados para castigo corporal e pena capital a seu próprio comando. Mussolini adotou esse símbolo para o seu partido, cujos seguidores passaram a chamar-se fascistas.
O simbolismo dos fasces sugeria "a força pela união": uma única haste é facilmente quebrado, enquanto o feixe é difícil de quebrar. Símbolos semelhantes foram desenvolvidos por diferentes movimentos fascistas. Por exemplo, o símbolo da Falange Espanhola é composto de cinco flechas unidas por uma parelha
In Wikipedia… goste-se ou não, esta descrição é unânime em todas as enciclopédias, por isso, quem discorda, apresente a queixa nas ditas.

Mas voltemos aos piropos. Desatei às gargalhadas sem precedentes quando escutei os argumentos de uma feminista desvairada e perdida, ao apresentar a ideia de legalizar o piropo como crime de ofensa... a essa senhora e a todas as outras como tal, e até aos homens que seguem estes ideais eu apenas tenho a dizer isto:
Uma boa educação supera toda a idiotice... e esta afirmação é minha.
Esta esquerda idiota continua a ser desonesta intelectualmente com as pessoas. Continua a tentar vender a ideia da igualdade em detrimento da liberdade das pessoas. Então é mais preocupante tratamos um piropo a uma mulher do que educarmos VERDADEIRAMENTE as pessoas. Em casa, nas escolas, nas ruas, nos grupos de amigos e família...
Devíamos então combater também, todos aqueles que em estacionamentos abrem as portas como se o carro do lado fosse lixo, e vai daí, uma riscadela... mas depois ainda dizem:
“Os carros são para se gastarem”... claro se para ele o é, para o seu próximo, igual a ele, também deve ser... mas não. Eu sou livre e tenho o direito de não querer os meus bens destruídos por gente estúpida e sem educação. Mas outros exemplos de falta de educação:
existem por aí uns rapazes e raparigas, novos e menos novos, que ostentam uma falta de educação, que em locais públicos gostam de não respeitar os mais velhos ou os que tem deficiências, grávidas, etc... e vai daí, ou não cedem lugares confortáveis aos mais idosos ou estacionam nos locais para pessoas com deficiências, ou não dão prioridade a grávidas nas caixas de grávidas e ainda refilam porque o caixa o meteu no lugar... então o país deve ser igual para todos, que coisa é esta de se ceder a prioridade a outros, não ficassem velhos, nem grávidas, nem mesmo deficientes... reclamem com quem de direito... eu não cedo a minha liberdade por gente sem educação, que não é igual a mim, nem nunca será e defendo os deveres cívicos para com aqueles que tem prioridades adquiridas e bem. E defendo esses deveres cívicos para com todos.
Gostava então de propor uma série de ideias, também, para serem legisladas como crimes contra a liberdade alheia:
-       Crime quando alguém não cede prioridade a pessoas prioritárias;
-       Crime grave quem estaciona em locais para deficientes;
-       Crime para quem acha que o carro do outro é lixo;
-       Crime para quem pratica o igualitarismo em detrimento da boa educação.
E já agora, piropos são fruto de uma educação deficitária, baseada na ideia de vivermos numa sociedade de direitos adquiridos e sem deveres providenciais.
Chamem-me fascista, mas reclamar e fazer ondas por causa dos piropos, vindo de quem fomenta a violência verbal, como chamar de “negro” o responsável pela Troika, ou conforme noticia do publico:
O coordenador do Bloco de Esquerda (BE) João Semedo considerou nesta sexta-feira à noite que as declarações do escritor Miguel Sousa Tavares, que se referiu a Cavaco Silva como "um palhaço" tiveram “alguma piada, mas pouca relevância política”….num país em que o Bloco de esquerda super defende a democracia, diz que chamar palhaço a um Presidente democraticamente eleito é ter alguma piada… então acho que a eleição dos deputados do BE, mesmo que democraticamente, é anedótico?... Não, porque eu respeito a liberdade de escolha de todos os que os escolheram…

E preocupados com os piropos…
Preocupem-se com a liberdade em vez de promoverem a libertinagem, essa sim, deve ser crime…


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

(Des)Igualdades Hipócritas





Nestes últimos anos, no nosso país assistiram-se a discussões como:
  1. -       Direitos das mulheres
  2. -       direitos dos homossexuais
  3. -       direitos dos funcionários públicos  


Primeiro, eu sou:
  1. -       homem
  2. -       heterossexual
  3. -       funcionário por contra de outrem, privado
  4. -       e mais um português que tem o dever para com os seus compromissos assumidos.


Não sou contra as mulheres, não sou contra os homossexuais, nem contra os funcionários públicos ou contra os políticos. Aliás não sou contra ninguém.
Mas sou contra a hipocrisia, sou contra as demandas que certos grupos de pessoas e partidos políticos levantam, com o intuito de se aproveitarem, para interesse próprio apenas, da falta de igualdade de que o nosso país padece.
Nunca gostei da ideia de se transformar todo o cidadão comum, seja ele de que género, orientação, credo, ou ideologia, de forma particularizada, no centro das atenções fundamentais da igualdade de um país. Não faz, nem nunca fez sentido!
A igualdade tem de ser uma das consequências naturais da liberdade de um povo, não pode ser o principio da liberdade.
A Liberdade advém de 4 deveres fundamentais:
  • -       o respeito
  • -       honestidade
  • -       o pensamento próprio
  • -       responsabilidade individual

Executando, em toda uma sociedade, estes 4 princípios, obtém-se a liberdade, e por consequência os 3 direitos adquiridos:
  • -       igualdade, quer nas oportunidades e nas responsabilidades
  • -       solidariedade social, a verdadeira
  • -       transparência


Logo, não podemos vir defender os direitos primeiro, sem a existência dos deveres, nem a igualdade sem a existência da liberdade.
Tudo não passa de mera hipocrisia política e ideológica, com uma grande desonestidade intelectual, quando se tenta monopolizar atenções em interesses circunscritos, só para criar diferenças de pensamento entre grupos ideológicos, de credo ou de géneros, com rupturas que transcendem o espaço político, social e cultural, e que chegam ao espaço individual.
Os homossexuais são-no por opção, por escolha, por vontade de amarem alguém do seu género, ponto final. Não é uma doença nem um distúrbio qualquer, é um chamamento.
Ser-se mulher é fruto natural de um nascimento, ponto final. Ser-se mulher não é ser-se inferior, ser-se diminuta ou reservada a um espaço subalterno ou mesmo quase anulado, nas sociedades.
Ser funcionário publico é um trabalho, não um emprego. É alguém que trabalha por conta de outrem, e este é o Estado, composto só e apenas por todo o contribuinte nacional, e não por um Ser qualquer Supremo, que tem torneira aberta de dinheiro a escorrer pelas ruas deste país.

Agora, não se pode transformar a discussão da homossexualidade como sendo a moda das escolhas, ou a adopção por casais homossexuais como sendo a solução dos problemas das crianças deste mundo. Não podemos entrar pela generalização como forma de encontrarmos a tal igualdade. Cada caso é um caso. Ser-se hetero é uma opção, uma vontade de amar alguém de género diferente. Mas ser-se hetero é também poder-se ser um bom pai ou uma boa mãe.
A discussão deve ser pela forma como a liberdade de cada um deve ser respeitada, logo preservada. Mas cada um só será livre se cumprir o primeiro dever fundamental, o respeito pelo próximo, seja ele quem for. O resto será matéria apenas da consciência de cada um consigo próprio, nada mais.

Não se pode transformar a discussão do paritarismo como sendo forma de resolver consciências passadas, colmatando e compensando todos os erros que forma feitos no passado. A vida não se compensa, nem se colmata. O passado só pode servir de ponto de referencia e não de uma desculpa para nos transformar-mos em “monstros” iguais aqueles que combatemos. As feministas são iguais aos machistas.  Diferenças? Nenhumas. E aqui volta a entrar a desonestidade intelectual, onde grupos de pessoas e políticos aproveitam-se para monopolizar interesses e assim conseguirem dar a imagem das suas preocupações com as chamadas, hipocritamente ( aliás acho que é das palavras mais hipócritas que existem), minorias sociais.
Ninguém faz parte de uma minoria social, seja pela forma, pela cor, pelo credo, pela orientação ou pela ideologia. É aqui que entra outro dever fundamental, o do pensamento próprio... quem não pensa por si próprio, quem não constrói uma consciência própria e autónoma não cria uma identidade, uma personalidade individual, cria sim uma dependência sociopata dos pensamentos alheios, i.é, torna-se naquele que acredita em tudo o que ouve à primeira, guia-se pelas vontades e escolhas dos outros, foge às suas próprias responsabilidades e depende sempre da ajuda alheia, como escravo.

A teoria de minorias foi inventada pela esquerda para criar a ideia de coitadinhos, os mesmos que engrossam as fileiras das manifestações que servem os interesses dessa esquerda monopolizadora e controladora de pensamento e acções.

Não se pode transformar o funcionário publico num trabalhador único, exclusivo e imune ao desemprego. Em Portugal 99%, para não falar em 100%, dos desempregados divergem do privado e de pessoas com contractos, não efectivos, ao Estado. Ou seja, o funcionário publico no seu esplendor não se desemprega, porque se tornou intocável. E é o próprio Tribunal Constitucional que quase o diz, de forma tão hipócrita, ao defender que até se pode despedi-los, mas não da maneira proposta... até adivinho que nenhuma maneira proposta será aceite pelo Tribunal e pela Constituição... pena, os privados nunca tiveram direito à apreciação por parte do Tribunal Constitucional, relativamente aos seus empregos.
De facto, vive-se num país que contribui para o relaxe, a inércia e promove as regalias diferenciadas entre os diversos cidadãos.
Por um lado, o Tribunal acha que o Estado (financiado pelos contribuintes) deve pagar o mesmo que um patrão abonado e amigo dos seus trabalhadores privados, só porque ambos são portugueses... mas por outro lado, acha que que o Estado não deve despedir trabalhadores que nada fazem, apenas se acham intocáveis, ocupam lugares que podiam ser preenchidos por pessoas desejosas de darem o seu melhor em prol de um futuro mais próspero, que impedem outros de evoluírem nas carreiras... mas nada diz dos mais de 15000 trabalhadores privados que já foram despedidos, muitos por razões suspeitas até, e muitos deles pessoas válidas...

Aqui ficam 3 exemplos do que acontece quando se coloca a igualdade como o principio da liberdade... tudo se transforma numa prisão de desigualdades.
A discussão tem de ser mais baseada na essência da existência individual, como parte da sociedade e não a sociedade como o todo do individuo...
Não se discute o género, credo ou ideologia sem se discutir o principio do dever do respeito;
Não se discute o paritarismo, sem se discutir  o principio do dever da honestidade;
Não se discute o principio do trabalho sem se discutir o dever da responsabilidade individual;
E não se discute uma sociedade, sem se discutir o principio do dever do pensamento próprio;
 mas isto são histórias demais complexas para um povo que vive fechado no seu próprio casulo de angustias e culpabilizações alheias.
Talvez um dia, com o fim de um certo Sebastianismo, a vida em Portugal possa ganhar outra face.
Até lá, vivo em Liberdade.