domingo, 16 de agosto de 2015

Cuidados desonestos

Gostava de falar de um assunto muito sério, e muito em debate por estes tempos tão conturbados. Os milhares que fogem do inferno em busca de um El Dorado inexistente. São pessoas que tentam procurar uma vida melhor, uma promessa mentirosa, trocando o inferno pelo incerto infernal. Falo dos refugiados que chegam quase todos os dias à Europa. Muito se tem debatido sobre este assunto, com troca de ideias sobre a melhor solução para este problema humanitário.
Primeiro falamos de algo muito sério. Não podemos aqui misturar ideais políticos, religiosos ou sociais com este drama que passa todos os dias o Mediterrâneo. Falamos de vidas. Da oportunidade de viver. Temos de ser muito sérios, e não podemos embarcar em desonestidade intelectual, em pseudo ideias baseadas num ideológico social e político. Existe um momento na vida que a filosofia fica de fora, em que a realidade é tão nua e crua que basta de filosofar...esse momento chama-se sobrevivência.
Segundo, se existe uma solução para este problema? Existe, mas não é a mais debatida. Escutei partes a falar sobre o facto de e não pode haver fronteiras para os refugiados...mas para todos os outros já pode...ok, continuamos a alimentar os coitadinhos em prol dos ideais idiotas do socialismo barato e demodé...outros dizem que a Europa tem de se preparar para receber estas pessoas...pois mas se a Europa vive um flagelo de desemprego e problemas sociais com todos os e tem, ainda vai receber mais problemas?... Mais fala baratos...
A solução passa por algo muito simples e obvio... Solucionar os problemas dos países de onde são oriundos os cidadãos. Ah, mas isso é utópico. Pois, mas pelo menos é uma solução digna e honesta para estas pessoas. Parece que a humanidade prefere andar com pensamentos idiotas de uma falsa compaixão e continuar a ver o problema a rebentar-lhe nas mãos, do que procurar resolvê-los. Não existem soluções perfeitas, mas pode haver minimização do problema. E esta via trará um retrocesso nos mercados negros de pessoas. Os mercados paralelos existem quando os legais não funcionam. Se colocarmos regras no legal, o paralelo vai perdendo força. E o paralelo tem sempre a mesma base...a venda da falsa felicidade, o sonho nunca alcançado.
Como solucionar os problemas desses países? Criando vias de oferecer cultura às pessoas, dando-lhes a oportunidade de criarem uma consciência, e assim começarem a criar uma via de pensamento próprio...contra o mercado de armas ilegais, contra a exploração humana, contra as facções radicais religiosas, etc... Só uma cultura global consegue destruir os infernos da mentira.

Termino hoje com uma nota de rodapé. Mais do que cartazes, e das fofocas associadas, seria melhor debaterem-use as verdadeiras questões sobre o que se deseja para o país...como começando os partidos a dizerem como desejam ver a constituição portuguesa...para isso deixo uma pergunta:
Para quando a passagem a uma responsabilidade individual e com menos Estado à mistura e mais individualismo?

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Igualdade vazia

Hoje começo com a notícia, muito badalada nos últimos dias, da promoção de um português para CEO de uma dos maiores bancos internacionais. Um português que é bancário e... Gay!
Tem algum mal sê-lo? Gay, não bancário? Não. Nenhum mesmo.
Mas o que me atraiu na notícia foi o facto de ainda necessitarmos, enquanto sociedade no geral, e aqui vou-me referir muito à comunicação social, de evoluir. A promoção deve-se muito, quero acreditar, às qualidades como gestor, como homem de visão, como bancário. Não pode haver uma promoção pela sua opção sexual. E não pode existir uma exploração social dessa mesma promoção, só porque falamos de alguém que é assumidamente homossexual. Concordo em pleno que, enquanto ser humano, ele possa viver no maior dos esplendores, as suas livres escolhas, sejam elas quais forem. Mas se querermos precisamente viver num mundo dito, mais ou menos livre, na consciência, não pode ser notícia essas mesmas escolhas. Tem de existir uma honestidade intelectual. Ou agora vamos acreditar que as promoções vão SEMPRE passar pelas escolhas pessoais, sejam elas quais forem, e não pelas qualidades profissionais? Um homossexual tem mais probabilidades de promoção que um hetero, ou um bi? Será que um vegano vai ter mais oportunidades do que um carnívoro? Será que um defensor dos direitos humanos vai ter mais privilégios que um que esta indiferente a certas causas?
E a maior das perguntas, será que escolhas pessoais diferentes, iram ditar decisões importantes, só porque a defesa da igualdade promove o fim da discriminação, e assim o fim das ditas minorias?
Pois, as minorias existem por 3 razões:
descriminação/ complexo,
Padrões sociais rígidos,
Imposição da igualdade.
E começo pelo último. A igualdade não pode passar pela aceitação da diferença. Esta tem de ser natural e óbvia. A diferença é a coisa mais fantástica que existe. Um homo, e aqui pego no assunto que tenho exposto, é diferente de um hetero. E qual é o problema? Nenhum. Porque? Porque esta escolha é apenas, uma entre muitas, pessoais e únicas a cada indivíduo. E é isto que é maravilhoso. A sensação de nunca se conseguir controlar as decisões e opções pessoais do outro é fantástica. Pode-se influenciar, sim, mas não mudá-las. Mas esta teoria obsoleta e perfeitamente desumana de querer impor a igualdade é uma perfeita mentira. E daqui nascem as discriminações, os complexos, etc. E esta notícia, mais uma tirada perfeitamente descabida da comunicação social, é o alimentar de um pensamento irreal e perfeitamente tirano. A igualdade só deve existir em três matérias - leia-se, direitos, deveres e oportunidades - mais nenhuma. Então se um senhor de 39 anos teve a oportunidade de chegar a CEO, deve ser noticiado apenas isso, pelas suas qualidades e deveres profissionais, não pelas suas escolhas pessoais. Senão castramos logo o pensamento e a sua liberdade.
Mas ainda me surgiu a questão, será esta notícia uma via de fomentar a igualdade de oportunidades?
Não. Nem todos somos homens, nem todos somos mulheres. Nem todos somos hetero, nem todos somos homo, bi, etc. Nem todos somos brancos, negros... Nem todos somos loiros, morenos..nem todos somos bons, maus...nem todos somos do Norte, Sul...e por aí fora...e???? Ainda bem que é assim. Qual é o problema de sermos diferentes?
Mas esta teoria de castração de consciências é o sinônimo do mundo em que vivemos, pois são estas demandas igualitárias que trazem o pior dos seus perigos: os fundamentalismos. E vejam-se os inúmeros exemplos...religiosos, políticos, sociais...etc...
E porque existe o fundamentalismo da igualdade!
Mas claro, uma última nota, a comunicação social só dá aquilo que se procura...num mundo frenético pelo alheio, nada como alimentar esse alheio...


Hoje ainda abordo um aspecto, da comunicação social também, mas positivo. Muito aliás.
Aproximam-se as eleições legislativas. Mais do votar contra ou a favor, maneira estúpido de escolhas, é importante saber votar. E para isso é importante ter uma consciência individual responsável. Para isso aconselho muito o site do jornal "O Observador", onde vão encontrar todos os partidos que se candidatam e as suas propostas em várias áreas. Muito bom este serviço para quem deseja saber o que vai votar, e só assim poder desenvolver um verdadeiro espírito crítico.
Até para a semana.