quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Medo da consciência própria







medo.
porque sentimos medo? 
porque nos deixamos envolver dentro de um sentimento que chega a conseguir controlar as nossas vidas?
muitos dos que lerem este texto dirão no silencio da sua sala que não sentem tal sensação. mas todos temos o medo bem presente.
neste preciso momento o mundo ocidental vive o medo como se vive com um parceiro(a). exemplos não faltam: o medo de perder o emprego, o medo de perder um ente querido, o medo de perder a casa, o medo de se sentir doente, o medo do chefe, o medo de magoar alguém, o medo do amanha, o medo das consequências das imagens que presenciamos todos os dias nas televisões... o medo de ser julgado pelos outros... e tudo advém de um medo maior, o de morrer. não escondo, que sendo humano como todos, tenho medo desse momento, do fim, da única verdade absoluta. mas teremos de sentir assim tanto o medo como nosso companheiro de viagem? ou será que, no fundo, nos estamos a tornar prisioneiros num estilo de vida? ou será que nos estamos a vender em troca da presença numa sociedade de demasiados conceitos pre-definidos? ou será que estamos no fundo, a ficar "toxicodependentes" da falta de consciência própria? será sempre mais fácil alguém pensar, definir princípios, caminhos, traçar objectivos por nos... será sempre mais fácil sorrirmos e postarmos em facebook as concretizações dos outros, pensando que podiam ter sido nossas um pouco...mas não foram. 
acho que estamos a ganhar medo ao sonho, ao pensamento próprio, estamos a ganhar medo a dizer o que de facto nos vai na alma, estamos a ter medo de apenas sobrevivermos. para se viver, também temos de sentir medo, ele por vezes torna-se necessário, mas toma-lo como amigo em defesa de uma ideia de rebanho, de filosofia politicamente correcta, "não vá o vizinho ficar mal impressionado com a nossa forma de estar"... esse medo aprisiona tanto como o de morrer...

sim, tenho medo de morrer, qual o problema em assumir, porque gosto muito de viver, mas um dia, um momento qualquer, vou morrer sem ser consultado...mas enquanto viver, quero pensar por mim, construir uma consciência própria,mesmo que seja diferente de todas, mas fui eu quem a ergueu...e sempre dentro de um valor incalculável de respeito pelo próximo... que procure criar a sua consciência própria... isto ainda vai continuar...