Nestes últimos anos, no nosso país assistiram-se a
discussões como:
- - Direitos das mulheres
- - direitos dos homossexuais
- - direitos dos funcionários públicos
Primeiro, eu sou:
- - homem
- - heterossexual
- - funcionário por contra de outrem, privado
- - e mais um português que tem o dever para com os seus compromissos assumidos.
Não sou contra as mulheres, não sou contra os homossexuais,
nem contra os funcionários públicos ou contra os políticos. Aliás não sou
contra ninguém.
Mas sou contra a hipocrisia, sou contra as demandas que
certos grupos de pessoas e partidos políticos levantam, com o intuito de se
aproveitarem, para interesse próprio apenas, da falta de igualdade de que o
nosso país padece.
Nunca gostei da ideia de se transformar todo o cidadão
comum, seja ele de que género, orientação, credo, ou ideologia, de forma
particularizada, no centro das atenções fundamentais da igualdade de um país.
Não faz, nem nunca fez sentido!
A igualdade tem de ser uma das consequências naturais da
liberdade de um povo, não pode ser o principio da liberdade.
A Liberdade advém de 4 deveres fundamentais:
- - o respeito
- - honestidade
- - o pensamento próprio
- - responsabilidade individual
Executando, em toda uma sociedade, estes 4 princípios,
obtém-se a liberdade, e por consequência os 3 direitos adquiridos:
- - igualdade, quer nas oportunidades e nas responsabilidades
- - solidariedade social, a verdadeira
- - transparência
Logo, não podemos vir defender os direitos primeiro, sem a
existência dos deveres, nem a igualdade sem a existência da liberdade.
Tudo não passa de mera hipocrisia política e ideológica, com
uma grande desonestidade intelectual, quando se tenta monopolizar atenções em
interesses circunscritos, só para criar diferenças de pensamento entre grupos
ideológicos, de credo ou de géneros, com rupturas que transcendem o espaço
político, social e cultural, e que chegam ao espaço individual.
Os homossexuais são-no por opção, por escolha, por vontade
de amarem alguém do seu género, ponto final. Não é uma doença nem um distúrbio
qualquer, é um chamamento.
Ser-se mulher é fruto natural de um nascimento, ponto final.
Ser-se mulher não é ser-se inferior, ser-se diminuta ou reservada a um espaço
subalterno ou mesmo quase anulado, nas sociedades.
Ser funcionário publico é um trabalho, não um emprego. É
alguém que trabalha por conta de outrem, e este é o Estado, composto só e
apenas por todo o contribuinte nacional, e não por um Ser qualquer Supremo, que
tem torneira aberta de dinheiro a escorrer pelas ruas deste país.
Agora, não se pode transformar a discussão da
homossexualidade como sendo a moda das escolhas, ou a adopção por casais
homossexuais como sendo a solução dos problemas das crianças deste mundo. Não
podemos entrar pela generalização como forma de encontrarmos a tal igualdade.
Cada caso é um caso. Ser-se hetero é uma opção, uma vontade de amar alguém de
género diferente. Mas ser-se hetero é também poder-se ser um bom pai ou uma boa
mãe.
A discussão deve ser pela forma como a liberdade de cada um
deve ser respeitada, logo preservada. Mas cada um só será livre se cumprir o
primeiro dever fundamental, o respeito pelo próximo, seja ele quem for. O resto
será matéria apenas da consciência de cada um consigo próprio, nada mais.
Não se pode transformar a discussão do paritarismo como
sendo forma de resolver consciências passadas, colmatando e compensando todos
os erros que forma feitos no passado. A vida não se compensa, nem se colmata. O
passado só pode servir de ponto de referencia e não de uma desculpa para nos
transformar-mos em “monstros” iguais aqueles que combatemos. As feministas são
iguais aos machistas. Diferenças?
Nenhumas. E aqui volta a entrar a desonestidade intelectual, onde grupos de
pessoas e políticos aproveitam-se para monopolizar interesses e assim conseguirem
dar a imagem das suas preocupações com as chamadas, hipocritamente ( aliás acho
que é das palavras mais hipócritas que existem), minorias sociais.
Ninguém faz parte de uma minoria social, seja pela forma,
pela cor, pelo credo, pela orientação ou pela ideologia. É aqui que entra outro
dever fundamental, o do pensamento próprio... quem não pensa por si próprio,
quem não constrói uma consciência própria e autónoma não cria uma identidade,
uma personalidade individual, cria sim uma dependência sociopata dos
pensamentos alheios, i.é, torna-se naquele que acredita em tudo o que ouve à
primeira, guia-se pelas vontades e escolhas dos outros, foge às suas próprias
responsabilidades e depende sempre da ajuda alheia, como escravo.
A teoria de minorias foi inventada pela esquerda para criar
a ideia de coitadinhos, os mesmos que engrossam as fileiras das manifestações
que servem os interesses dessa esquerda monopolizadora e controladora de
pensamento e acções.
Não se pode transformar o funcionário publico num
trabalhador único, exclusivo e imune ao desemprego. Em Portugal 99%, para não
falar em 100%, dos desempregados divergem do privado e de pessoas com
contractos, não efectivos, ao Estado. Ou seja, o funcionário publico no seu
esplendor não se desemprega, porque se tornou intocável. E é o próprio Tribunal
Constitucional que quase o diz, de forma tão hipócrita, ao defender que até se
pode despedi-los, mas não da maneira proposta... até adivinho que nenhuma
maneira proposta será aceite pelo Tribunal e pela Constituição... pena, os
privados nunca tiveram direito à apreciação por parte do Tribunal
Constitucional, relativamente aos seus empregos.
De facto, vive-se num país que contribui para o relaxe, a
inércia e promove as regalias diferenciadas entre os diversos cidadãos.
Por um lado, o Tribunal acha que o Estado (financiado pelos
contribuintes) deve pagar o mesmo que um patrão abonado e amigo dos seus
trabalhadores privados, só porque ambos são portugueses... mas por outro lado,
acha que que o Estado não deve despedir trabalhadores que nada fazem, apenas se
acham intocáveis, ocupam lugares que podiam ser preenchidos por pessoas
desejosas de darem o seu melhor em prol de um futuro mais próspero, que impedem
outros de evoluírem nas carreiras... mas nada diz dos mais de 15000
trabalhadores privados que já foram despedidos, muitos por razões suspeitas
até, e muitos deles pessoas válidas...
Aqui ficam 3 exemplos do que acontece quando se coloca a
igualdade como o principio da liberdade... tudo se transforma numa prisão de
desigualdades.
A discussão tem de ser mais baseada na essência da
existência individual, como parte da sociedade e não a sociedade como o todo do
individuo...
Não se discute o género, credo ou ideologia sem se discutir
o principio do dever do respeito;
Não se discute o paritarismo, sem se discutir o principio do dever da honestidade;
Não se discute o principio do trabalho sem se discutir o
dever da responsabilidade individual;
E não se discute uma sociedade, sem se discutir o principio
do dever do pensamento próprio;
mas isto são
histórias demais complexas para um povo que vive fechado no seu próprio casulo
de angustias e culpabilizações alheias.
Talvez um dia, com o fim de um certo Sebastianismo, a vida
em Portugal possa ganhar outra face.
Até lá, vivo em Liberdade.
Sem comentários:
Enviar um comentário