sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Eleições...que tristeza...

E domingo vamos a votos.
5 pontos, que quero considerar, para minha reflexão:
Continuamos a ter uma enorme falta de honestidade intelectual, mantendo-se o mesmo perfil do político português, perfeitamente identificado com o perfil do cidadão português. Porque? Porque o povo quer escutar promessas faraónicas, que possam inundar os seus mais profundos sonhos, de uma visão perfeita da felicidade irracional. Trocado por miúdos, as pessoas adoram que as enganem. Há uns dias um amigo dizia-me que vai votar PS porque este promete que lhe vai devolver o total dos subsídios. E eu questionava-o de como é que o PS pensa fazê-lo...a resposta foi: não me interessa como, eu quero é que ele o faça. Ora, assim torna-se fácil destruir um país. Não interessa como se obtém as coisas, o importante é tê-las. Este sempre foi um dos princípios marcantes da Gomorra Napolitana. Ainda me recordo de filmes marcantes como esse longínquo Padrinho de Copolla, onde Dom Corleone dizia a um dos seus subordinados: " Não me interessa como é que o compras, o importante é que ele nos faça o favor..." Ora, não interessa a promessa, desde que ela "compre" a consciência do povo... Mas também sido este o azimute de sempre do socialismo inconsciente...não interessa como te vou subsidiar, logo que tenhas um subsídio....Seria um sinal inteligente, se os cidadãos começassem a ler mais sobre o que cada partido ou agente político, apresenta para o país, e mais ainda, procurar saber e indagar como é que eles pretendem alcançar o que prometem. Pois de promessas está o inferno deste país cheio e vejam ao que chegamos. Sendo assim, lendo todos as propostas a eleições, sinceramente fico preocupado e triste, porque continuamos nesta senda irracional de ver as eleições como uma via de achar que o eleitor é inconsciente e sem valores...até o pode ser, mas não devia ser assim. Mantemos o mesmo espírito, até em muita dos media, em querer desvirtuar as verdades e enganar com clichês mundanos.
Logo o ponto seguinte é a falta de alternativas. Uns falam de promessas que nos levaram ao passado recente de cataclismo económico, caso do PS. Outros mantém a mesma matriz irracional e desonesta intelectualmente, achando que o Marxismo e o Socialismo puro ainda são soluções viáveis a uma sociedade dita Democrática...de facto a Coreia do Norte e a Venezuela são perfeitos exemplos disso...como o PCP e o BE...e nem falo dos partidos feitos com os cacos perdidos de um pensamento cada vez mais caviar...intelectualismo que já ultrapassa o pseudo... depois temos outros que se acham liberais e que são uma social-democracia deturpada, em que mantém abertas as vias mais socialistas e instrutoras do bloqueio ao desenvolvimento, como um eterno aumento de impostos....caso da Coligação ( apesar de querer fazer um parêntesis de que gostei nesta campanha da frontalidade que Passos adoptou quando, perante o que governou, podia se ter escondido em eleitoralismos gratuitos, mas preferiu, mesmo que muitas vezes sem ser fluido no discurso, dar o peito às balas e ir aos apertos...Portas?... Mais um exemplo dos aproveitadores). Depois temos aqueles que acham que o fim da corrupção no mundo é possível...como se os pobres algum dia irão sumir da Terra e todos passaremos a ser ricos em absoluto. Podemos e devemos ter menos corrupção? Sim, sem dúvida. Mas não se termina com um aumento das fiscalizações desmedidas, pois vivemos numa cultura do desenrasca, logo mais fiscalização mais desenrasca, mais corrupção. Depois porque não é com os discursos absolutistas de Marinho que se termina a corrupção. Ela só diminui com duas vias: mais valores, menos Estado. E já nem falo de Garcia Pereira ou da ideia de que a Monarquia podia solucionar tudo isto, ou mesmo que a defesa dos animais ou do ambiente serão solução para os problemas do país. E aqui deixo a nota importante: sou defensor dos animais, da Natureza e do seu meio, sou defensor da homossexualidade, sou defensor da paridade, sou defensor acérrimo dos direitos e Deveres iguais, assim como das oportunidades, das diferenças responsáveis... Mas simplesmente acho que isso são meras circunstâncias naturais de qualquer sociedade democrática e livre...se não é assim em Portugal? Pois aí o problema então é porque existe ainda muito trabalho a fazer até aí...é porque a árvore não se cria pela copa, mas pela raiz.
Agora o país. Ninguém fala, ou tem a coragem de o dizer, da reforma de Portugal. Da verdadeira reforma do país. Ninguém fala ou quer debater a incursão sobre a forma de reduzir ao máximo os poderes do Estado, fonte absoluta da corrupção no nosso país. Ninguém quer falar sobre a diminuição de uma máquina que traz inúmeras formas de despesismo desmesurado e de um absentismo sem limites. Ninguém aborda questões fundamentais como quais as verdadeiras responsabilidades que devem ser incutidas ao Estado e aos cidadãos. Ninguém deseja rever, no seu todo, a Constituição. Ninguém fala frontalmente de assuntos que devem ser debatidos e discutidos, sem pudores e de forma honesta, como o problema da Segurança Social, o SNS, a justiça e a educação. As únicas coisas que li foram: promessas de o Estado...que somos todos nós...dar mais dinheiro às famílias...de mais subsídios, mais obras...menos corrupção através de mais fiscalização...de uma nova moeda...de que os bancos é que são o mal disto tudo...de que o Grande Capital é o Diabo em pessoa...de que a Alemanha levou-nos pela mão a este abismo...blá blá blá blá...
Eu procuro... Uma reforma profunda do Estado. Precisamos de menos Estado e mais cidadão. Precisamos de menos Estado e mais responsabilidade individual. Precisamos de menos Estado e mais economia livre. Precisamos de menos Estado e mais iniciativa privada. Precisamos de menos Estado. Precisamos de menos Estado fiscalizador e mais Estado regulamentador. Precisamos de menos Estado, ponto. Sou a favor da privatização, de forma honesta, da maioria do tecido industrial e empresarial do Estado. TAP, IP, CTT, Transportes, etc, devem passar para privados, regulamentado pelo Estado. Sempre que tivermos monopólios ligados ao Estado, vai existir a promiscuidade abusiva dos poderes. Que nome é isto? Corrupção. Quero um Estado, verdadeiro Estado forte. Assente na estrutura cultural, fundamental para assegurar os princípios básicos de uma sociedade livre: A educação, a justiça, a segurança social e a saúde. Deve ser regulador dos impostos, mas deve deixar a economia funcionar de forma livre e responsável. Sou defensor, à muito, de um modelo liberal clássico e social. Precisamos de educar as pessoas a serem responsáveis individualmente por todos as suas acções. Subsídios devem ser dados, mas numa troca honesta de valores, entre o Estado e quem recebe o subsídio. Não pode ser uma porta aberta ao absentismo.
Por fim...uma elucidação é uma tristeza...esquerda-direita, direita-esquerda....sempre esta dicotomia....para quê?... Mises escreveu um dia:
"A terminologia usual da linguagem política é estúpida. O que é esquerda e o que é direita? Por que Hitler é de 'direita' e Stalin, seu amigo e contemporâneo, de 'esquerda'? Quem é 'reacionário' e quem é 'progressista'? Reação contra políticas pouco inteligentes não deve ser condenada. E progresso em direção ao caos não deve ser elogiado. Nada deve ser aceito apenas por ser novo, radical, e estar na moda. 'Ortodoxia' não é um mal se a doutrina em que o ortodoxo se baseia é válida. Quem é antitrabalhista, aqueles que querem rebaixar o trabalho ao nível da Rússia, ou aqueles que querem para o trabalho o padrão de vida capitalista dos Estados Unidos? Quem é 'nacionalista,' aqueles que querem colocar seu país sob os calcanhares dos Nazistas ou os que querem preservar sua independência?"
A tristeza porque vejo o panorama político-partidário igual e sem grandes saídas...que pobreza esta em continuarmos com tanta desonestidade intelectual e acima de tudo sem respeito pelo país, pelo seu nome e a sua história...que é feita de pessoas.
Termino com a pergunta que já me coloquei, fundamental : Que país desejo eu?

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